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terça-feira, 19 de junho de 2012

NO ENTANTO - POEMA - SYLVIA BEIRUTE




















NO ENTANTO

tão especiais os homens de acção
e esta liberdade de poder alongar o verso até ao extremo sem ter de prestar contas ao Criador, 
sem ter de ser realmente especial. 
e é concebível que um desses homens 
venha parar a este meu jorro, à ousadia 
de ter certezas muito desenvolvidas, certezas, também elas, 
até ao extremo absoluto da personalidade colectiva, às 
decisões pelos velhos hábitos. 
se assim é, meus senhores: sentem-se, bebam um café 
que o meu próximo poema servirá com as leis 
da consciência já alteradas, com encontros fora de prazo.
para já: entretenham-se com os meus olhos
e corrijam o que entenderem.

Sylvia beirute
inédito

5 comentários:

  1. VEM VER

    os olhos olhavam
    e o olhar neles entretido
    entretinha-se a olhar

    deixando a superfície
    brilhar como se

    uma lágrima viesse ver-se
    Assim

    O VERBO

    com a nitidez nula
    da limpidez absoluta
    não me decidia

    olhava possível
    cada tropo

    até tropeçar assim eu
    Mim

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  2. O Olho é uma espécie de globo, é um pequeno planeta com pinturas do lado de fora. Muitas pinturas: azuis, verdes, amarelas. É um globo brilhante: parece cristal,

    é como um aquário com plantas finamente desenhadas:
    Algas, sargaços, miniaturas marinhas, areias, rochas, naufrágios e peixes de ouro.
    Mas por dentro há outras pinturas, que não se vêem:

    umas são imagens do mundo, outras são inventadas.
    O olho é um teatro por dentro. E às vezes, sejam actores, sejam cenas, e às vezes, sejam imagens, sejam ausências, formam, no Olho, lágrimas.

    De: Cecília Meireles

    Fique bem
    Um abraço cá do Algarve - Portugal

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  3. não sei se alguma vez já te comentei por aqui... talvez sim, talvez não... as tuas palavras são fantásticas e a forma como as conjugas ainda mais!

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