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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

THE GIFT: BLINDNESS (DO ÁLBUM «PRIMAVERA», 2012)



Forgive my blindness
Forgive my blindness
Forget my distance

I was breathing
I guess I was just breathing

So many years to tell you friend, all I needed was a good man

Forget my blindness
Forgive my blindness
Forgive my distance

Remember me
Remember my birthday remember I'm here
To take the smiles and the blows
You're more than a friend

The Gift
Tema: Blindness
Álbum: Primavera
Ano: 2012


sábado, 5 de novembro de 2011

FUNCIONÁRIO PÚBLICO: VÍDEO

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MEIA-NOITE EM PARIS, DE WOODY ALLEN



Há acasos e coincidências muito interessantes. Tenho notado que muita gente tem entrado neste blogue à procura de algo sobre Gertrude Stein, facto que me intrigava. Porque raio todos se tinham lembrado agora da Gertrude Stein, quando nem é assim tão conhecida na lusofonia? Durante dias pensei nesse facto. Até que vi o filme Meia-Noite em Paris, de Woody Allen, em que aparece esta poetisa americana que tanto admiro e de quem falei um pouco aqui no Uma Casa em Beirute. Não posso estar cem por cento certa de ser esta a correlação, mas parece-me bem provável. Pelo menos, não vejo outra. Se alguém vir, que diga. Mas adiante. Aproveito para aconselhar o filme. Tenho a certeza que os amantes da literatura vão gostar especialmente dele. Na cena podemos um ver um Ernest Hemingway, com uma esplêndida interpretação, Fitzgerald, entre outros escritores e artistas que usaram Paris como inspiração na sua arte, tendo vivido nesta cidade.

Outra coisa muito interessante, e que os curiosos da Lei da Atracção talvez pudessem explicar, é o facto de há uns bons anos eu ter escrito um poema com o título Meia-noite em Paris, sem tirar nem pôr. Pedi a alguém muito especial que o encontrasse e, depois de algum esforço, deu-se um Voilà! Com todas as falhas e incongruências de uma idade mais tenra, aqui vai:

MEIA-NOITE EM PARIS

meia-noite em paris.
a minha meia-noite em paris pretende alcançar
as asas do meu silêncio.
não reclama qualquer ferida alheia, não
ostenta o seu coração giratório.
há um pássaro que reconhece um 
momento menos sóbrio
e pousa, há uns olhos que permanecem
intactos e não olham.
é meia-noite em paris, ainda que a cidade
seja outra. e esta cidade é, de facto, outra.
o amor acende as luzes do medo.
as janelas do tempo recebem a ventania
que as sombras já não seguram.
há uma tristeza descoordenada nas imagens
dos espelhos que paris augura.
meia-noite em paris. a verdade 
é directamente arrancada do coração
e com ele.

Sylvia Beirute
inédito
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sábado, 10 de setembro de 2011

LHASA DE SELA

sábado, 27 de agosto de 2011

ALLEN GINSGERG - UM MINUTO DE SILÊNCIO



Publiquei neste blogue os poemas O Uivo e Improviso em Pequim, ambos de Allen Ginsberg.
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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MANOEL DE BARROS - DOCUMENTÁRIO - SÓ DEZ POR CENTO É MENTIRA



O poeta Gavine Rubro publica o documentário Só Dez Por Cento É Mentira sobre Manoel de Barros, poeta do Pantanal.

O mesmo poeta publicou no seu blogue uma pequena entrevista que dei há tempos a uma revista, ainda antes de lançar o meu livro, Uma Prática Para Desconserto. Se alguém tiver paciência...
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TOM WAITS - BAD AS ME



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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

NÃO VEJAM ISTO



Eu avisei.
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WIM MERTENS - Z'S RIVAL

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O VERDADEIRO POEMA DE AMOR

quinta-feira, 21 de julho de 2011

ANA BRANCO - SILÊNCIO


Silêncio... from Ana Branco on Vimeo.


Sou uma seguidora das curtas metragens de Ana Branco, perita que é em captar cenários urbanos e suburbanos. No vídeo que acima publico é mostrada uma segunda Lisboa, uma Lisboa sobrevivente, agarrando a tradição com as duas mãos, conservando a melancolia das gentes, inspirando quem passa. 


Realização: Ana Branco
Edição: Ana Branco e Rui Lourenço
Imagem: Carlos Porfírio e Ana Branco
Som: Filipe Tavares e João Santos
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quinta-feira, 14 de abril de 2011

JORGE DIAS - OBSESSIONS

Obsessions from Jorge Dias on Vimeo.

domingo, 20 de março de 2011

ANDREA CORR E GAVIN FRIDAY




TIME ENOUGH FOR TEARS

Let's read the trees and their Autumn leaves,
As they fall like a dress undone
At the end of Summers, love will find lovers
Who need the shadows of a winter sun

Don't tell me you're leaving we can hide in the evening
It's getting darker than it should
If we read the leaves as they blow in the breeze
Would it stop us now, my love

Time enough for hard questions
Time enough for all our fears
Time is tougher than we both know yet,
Time enough for tears

The moon is milk and the sky where it's split
Is magic, and we all need to believe, that we can
Wake up in the dream, it's not as hard as it seems
You know its harder to leave

Time enough for being braver
Time enough for all the fears
Time is tougher than we both know yet
Time enough for tears

I heard you say underneath your breaths some
kind of prayers I heard
You say underneath your breath that you never
wanted, to feel this way about anybody else

Time enough for hard questions
Time enough for all our fears
Time is tougher than we both know yet
Time enough for tears

Time enough for being braver
Time enough I love this time of year,
Time is tough, its running away from us,
Time enough for tears

Time enough for tears
Time enough for tears

segunda-feira, 14 de março de 2011

CAFÉ COM LEITE - CURTA-METRAGEM

Parte 1:



Parte 2:



Danilo estava prestes a sair de casa para ir morar com seu namorado, Marcos, quando seus pais morrem num acidente. Seus planos para o futuro mudam quando ele se torna responsável pelo irmão caçula, Lucas. Novos laços são criados entre estes três jovens garotos. Enquanto os irmãos Danilo e Lucas precisam descobrir tudo que não sabiam um sobre o outro, Marcos tenta encontrar seu lugar naquela nova relação familiar. Entre vídeo-games e copos de leite, dor e decepção, eles precisam aprender a viver juntos.

Realizado por Daniel Ribeiro
Ano de 2007
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sábado, 19 de fevereiro de 2011

ALFAMA: MAYRA ANDRADE / PEDRO MOUTINHO



Quando Lisboa anoitece
Como um veleiro sem velas
Alfama toda parece
Uma casa sem janelas
Aonde o povo arrefece

É numa água-furtada
No espaço roubado à mágoa
Que Alfama fica fechada
Em quatro paredes de água
Quatro paredes de pranto

Quatro muros de ansiedade
Que à noite fazem o canto
Que se acende na cidade
Fechada em seu desencanto
Alfama cheira a saudade

Alfama não cheira a fado
Cheira a povo, a solidão,
Cheira a silêncio magoado
Sabe a tristeza com pão
Alfama não cheira a fado
Mas não tem outra canção.

Ary dos Santos/ Alain Oulman
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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CHET BAKER - ALMOST BLUE



Almost blue
Almost doing things we used to do
Theres a girl here and she's almost you
Almost all the things that you promised with your eyes
I see in hers too
Now your eyes are red from crying
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DOIS PAULOS PORTAS



«Cada um de nós é dois, e quando duas pessoas se ligam, é raro que as quatro possam estar de acordo.»

Bernardo Soares
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A POESIA É ISTO


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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

OPIÁRIO - FERNANDO PESSOA - WORDSONG



Aprecio sobremaneira a música que tem como base a palavra. Os Wordsong, de que cheguei a ver um espectáculo ao vivo, fazem-no muito bem, encontrando musicalidade nas repetições que provocam, no ritmo que acham. O vídeo é a recriação musical de Opiário, de um dos heterónimos de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos.

OPIÁRIO

Ao Senhor Mário de Sá-Carneiro

É antes do ópio que a minh'alma é doente.
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente.

Esta vida de bordo há-de matar-me.
São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça,
Já não encontro a mola pra adaptar-me.

Em paradoxo e incompetência astral
Eu vivo a vincos de ouro a minha vida,
Onda onde o pundonor é uma descida
E os próprios gozos gânglios do meu mal.

É por um mecanismo de desastres,
Uma engrenagem com volantes falsos,
Que passo entre visões de cadafalsos
Num jardim onde há flores no ar, sem hastes.

Vou cambaleando através do lavor
Duma vida-interior de renda e laca.
Tenho a impressão de ter em casa a faca
Com que foi degolado o Precursor.

Ando expiando um crime numa mala,
Que um avô meu cometeu por requinte.
Tenho os nervos na forca, vinte a vinte,
E caí no ópio como numa vala.

Ao toque adormecido da morfina
Perco-me em transparências latejantes
E numa noite cheia de brilhantes,
Ergue-se a lua como a minha Sina.

Eu, que fui sempre um mau estudante, agora
Não faço mais que ver o navio ir
Pelo canal de Suez a conduzir
A minha vida, cânfora na aurora.

Perdi os dias que já aproveitara.
Trabalhei para ter só o cansaço
Que é hoje em mim uma espécie de braço
Que ao meu pescoço me sufoca e ampara.

Gostava de ter poemas e novelas
Publicados por Plon e no Mercure,
Mas é impossível que esta vida dure.
Se nesta viagem nem houve procelas!

A vida a bordo é uma coisa triste,
Embora a gente se divirta às vezes.
Falo com alemães, suecos e ingleses
E a minha mágoa de viver persiste.

Eu acho que não vale a pena ter
Ido ao Oriente e visto a índia e a China.
A terra é semelhante e pequenina
E há só uma maneira de viver.

Por isso eu tomo ópio. É um remédio
Sou um convalescente do Momento.
Moro no rés-do-chão do pensamento
E ver passar a Vida faz-me tédio.

Fumo. Canso. Ah uma terra aonde, enfim,
Muito a leste não fosse o oeste já!
Pra que fui visitar a Índia que há
Se não há Índia senão a alma em mim?

Sou desgraçado por meu morgadio.
Os ciganos roubaram minha Sorte.
Talvez nem mesmo encontre ao pé da morte
Um lugar que me abrigue do meu frio.

Eu fingi que estudei engenharia.

Vivi na Escócia. Visitei a Irlanda.
Meu coração é uma avòzinha que anda
Pedindo esmola às portas da Alegria.

Não chegues a Port-Said, navio de ferro!
Volta à direita, nem eu sei para onde.
Passo os dias no smokink-room com o conde -
Um escroc francês, conde de fim de enterro.

Volto à Europa descontente, e em sortes
De vir a ser um poeta sonambólico.
Eu sou monárquico mas não católico
E gostava de ser as coisas fortes.

Gostava de ter crenças e dinheiro,
Ser vária gente insípida que vi.
Hoje, afinal, não sou senão, aqui,
Num navio qualquer um passageiro.

Não tenho personalidade alguma.
É mais notado que eu esse criado
De bordo que tem um belo modo alçado
De laird escocês há dias em jejum.

Não posso estar em parte alguma.
A minha Pátria é onde não estou.
Sou doente e fraco. O comissário de bordo é velhaco.
Viu-me co'a sueca...e o resto ele adivinha.

Um dia faço escândalo cá a bordo,
Só para dar que falar de mim aos mais.
Não posso com a vida, e acho fatais
As iras com que às vezes me debordo.

Levo o dia a fumar, a beber coisas,
Drogas americanas que entontecem,

E eu já tão bêbado sem nada! Dessem
Melhor cérebro aos meus nervos como rosas.

Escrevo estas linhas. Parece impossível
Que mesmo ao ter talento eu mal o sinta!
O facto é que esta vida é uma quinta
Onde se aborrece uma alma sensível.

Os ingleses são feitos pra existir.
Não há gente como esta pra estar feita
Com a Tranquilidade. A gente deita
Um vintém e sai um deles a sorrir.

Pertenço a um género de portugueses
Que depois de estar a Índia descoberta
Ficaram sem trabalho. A morte é certa.
Tenho pensado nisto muitas vezes.

Leve o diabo a vida e a gente tê-la!
Nem leio o livro à minha cabeceira.
Enoja-me o Oriente. É uma esteira
Que a gente enrola e deixa de ser bela.

Caio no ópio por força. Lá querer
Que eu leve a limpo uma vida destas
Não se pode exigir. Almas honestas
Com horas pra dormir e pra comer.

Que um raio as parta! E isto afinal é inveja.
Porque estes nervos são a minha morte.
Não haver um navio que me transporte
Para onde eu nada queira que o não veja!

Ora! Eu cansava-me o mesmo modo.
Qu'ria outro ópio mais forte pra ir de ali
Para sonhos que dessem cabo de mim
E pregassem comigo nalgum lodo.

Febre! Se isto que tenho não é febre,
Não sei como é que se tem febre e sente.
O fato essencial é que estou doente.
Está corrida, amigos, esta lebre.

Veio a noite. Tocou já a primeira
Corneta, pra vestir para o jantar.
Vida social por cima! Isso! E marchar
Até que a gente saia pla coleira!

Porque isto acaba mal e há-de haver
(Olá!) sangue e um revólver lá pró fim
Deste desassossego que há em mim
E não há forma de se resolver.

E quem me olhar, há-de-me achar banal,
A mim e à minha vida... Ora! um rapaz...
O meu próprio monóculo me faz
Pertencer a um tipo universal.

Ah quanta alma viverá, que ande metida
Assim como eu na Linha, e como eu mística!
Quantos sob a casaca característica
Não terão como eu o horror à vida?

Se ao menos eu por fora fosse tão
Interessante como sou por dentro!
Vou no Maelstrom, cada vez mais pró centro.
Não fazer nada é a minha perdição.

Um inútil. Mas é tão justo sê-lo!
Pudesse a gente desprezar os outros
E, ainda que co'os cotovelos rotos,
Ser herói, doido, amaldiçoado ou belo!

Tenho vontade de levar as mãos
À boca e morder nelas fundo e a mal.
Era uma ocupação original
E distraía os outros, os tais sãos.

O absurdo, como uma flor da tal Índia
Que não vim encontrar na Índia, nasce
No meu cérebro farto de cansar-se.
A minha vida mude-a Deus ou finde-a ...

Deixe-me estar aqui, nesta cadeira,
Até virem meter-me no caixão.
Nasci pra mandarim de condição,
Mas falta-me o sossego, o chá e a esteira.

Ah que bom que era ir daqui de caída
Pra cova por um alçapão de estouro!

A vida sabe-me a tabaco louro.
Nunca fiz mais do que fumar a vida.

E afinal o que quero é fé, é calma,
E não ter estas sensações confusas.
Deus que acabe com isto! Abra as eclusas
E basta de comédias na minh'alma!

(No Canal de Suez, a bordo)

Álvaro de Campos
em Poemas
Heterónimo de Fernando Pessoa
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