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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um poema de Sylvia Beirute - Rouge



















ROUGE

                                               {a um namorado}


ninguém vê a magia das coisas porque a magia co-
meça e acaba antes da razão, precede a razão,
e é fechada na imediatez das cortinas da glande
que é este mundo.  } e, por outro lado, é infinita 
como tudo aquilo que é demasiado grande  
para os exercícios que os olhos podem executar.
mas claro: isto não é desculpa, não é desculpa para dizer 
que não encontro os meus detrimentos e anti-óbvios
de modo a que se instaure em mim uma indústria
de excepção. } na realidade,  {serei honesta} ,
há uma completíssima incompletude nos meus 
dedos de teatro, comecei a ver a beleza física 
presa nos átomos  que a puxam 
para-dentro-e-para-dentro até ao frio do corrimão 
entre os fluidos e as mãos. não consigo 
dominar a natureza, pedirei desculpa
quando o universo completar uma volta
e a memória preceder o corpo.


Sylvia Beirute
inédito

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