Brevíssima história dos estudos sobre géneros
Os estudos sobre género existem há muitos anos. Talvez a referência mais antiga seja de Platão, que pensou em dois modos de reprodução de um objecto ou pessoa: retratando por palavras; ou mimetizando, imitando directamente. Daí surgem os dois primeiros géneros, a poesia dramática (mimética) e a poesia épica, ou narrativa (descrição das acções humanas).
A precariedade dessa divisão dual fez surgir outro género, o misto (narrativa e diálogos), e outros foram surgindo de acordo com vários métodos de divisão, como métrica ou uso de música. Aristóteles aproveitou a divisão platónica para fazer a sua.
Primeiramente ele divide as obras poéticas de acordo com o tipo de imitação: segundo os meios (sons, imagens, palavras); segundo o objecto imitado (homens superiores a nós, homens inferiores a nós, homens iguais a nós); segundo o modo (narrativa - um narrador assume a personalidade de outros; drama - as personagens agem diretamente; mista - ora o narrador assume a personalidade de outros, ora as personagens agem diretamente, através de diálogos).
Durante os séculos seguintes, a preocupação com a divisão em géneros só aumentou. Vários estudos foram realizados e muitos géneros diferentes desses foram teorizados, e as divisões usaram sempre métodos e características distintas, como o género lírico, que significou, durante séculos, poesia cantada com a lira.
No entanto, no romantismo, o lírico ganhou força, e a divisão antes dupla tornou-se tripla, em Hegel: lírico, épico, dramático. Muitas foram as tentativas de acabar com estudos de géneros e com divisões como essa, porém, a tríade proposta por Hegel continua valendo até hoje (pelo menos no que se refere a géneros literários), o que nos deixa esses três géneros para estudar e examinar: o lírico, o épico (narrativa), e o dramático.
Anacã Rupert Agra
em Os Géneros no Cinema:
o épico, o dramático e o lírico.
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