Subscribe

RSS Feed (xml)

Powered By

Skin Design:
Free Blogger Skins

Powered by Blogger

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Desenho











































DESENHO

{ao meu namorado}

vieste encorpar uma nuvem fria,
a mais convulsiva,
contar segredos às propensões
do corpo infinito, segredos
que eram como aqueles outros
em que resignei sua exaustividade
para fazer acontecer os braços irregulares
de camaleões semi-calmos de exaustão
até às reticências
das gotas.
vieste chover por baixo da minha
métrica maternal com lineares vindimas,
estrangular o ritmo da limpa concreção,
trepar um sujeito longe de algo
que o predicasse
como a paisagem predica
um dia mudo e maravilhoso, violento e
inesquecível.
nós somos nós, nada mais; quer haja
um prazer muito branco ou uma loucura 
muito hábil,
quer haja uma primeira ou segunda 
infâncias conscientes,
quer haja amor inconforme
ou um pedaço mútuo de razão
germinando numa nuvem muito alta. 

Sylvia Beirute
inédito

9 comentários:

  1. ufa!! que intenso! belo! gosto tanto disso: "um prazer muito branco ou uma loucura
    muito hábil". grande abraço.

    ResponderEliminar
  2. parabens pra ele então que ganhou algo assim e alguem,...

    ResponderEliminar
  3. tenho acompanhado este blog anonimamente e nunca comentei. confesso que estava a sentir falta de material novo. foi algo a que me habituei. um cafe de manha e vir aqui espreitar (a primeira coisa do dia!). a melhor poesia portuguesa esta a passar por aqui e alegra-me ainda ser uma descoberta de poucos;)

    ResponderEliminar
  4. Olá Sylvia

    Belíssimo! é muito bom ter de volta a sua poesia!

    Abraço

    ResponderEliminar
  5. OLÁ SYLVIA É BOM VOLTAR A REVER-TE AINDA QUE COM UM NOVO VISUAL - GOSTO MAIS - E CONTINUANDO A POETAR COM A MESMA FORÇA DE SEMPRE.
    SE NÃO SE IMPORTAR DÊ UMA OLHADELA AO MEU BLOGUE
    ETPLURIBUSEPITAPHIUS.BLOGSPOT.COM E COMENTE SE LHE APETECER.

    BIBLIOTECA NACIONAL, 10/04/2010 - nINGUÉM (jORGE mANUEL bRASIL mESQUITA) - 16h03

    ResponderEliminar
  6. ritmo que se "desenha" e nos "desenha" -

    "nós somos nós - nada mais!"

    bom visitar seu blog, Sylvia!

    abraços.

    ResponderEliminar
  7. Bonito. Intenso!

    Bjs

    Obrigada pela visita.

    Manu

    ResponderEliminar
  8. LAVAS DE PALAVRAS
    LAVRAM O FOGO DO NADA
    E ESCREVEM A SINFONIA
    DE QUEM CHORA LÁGRIMAS DE CHUVA
    COM ESPERANÇAS
    DE QUE O HÚMUS
    SEJA UMA FILOSOFIA DE FUTURO

    nINGUÉM (jORGE mANUEL bRASIL mESQUITA) - 14H47 - BIBLIOTECA NACIONAL

    ETPLURIBUSEPITAPHIUS.BLOGSPOT.COM

    ResponderEliminar
  9. "ou um pedaço mútuo de razão
    germinando numa nuvem muito alta."

    tal fim é um extra
    to

    parabéns aos dois (enamorados)

    ResponderEliminar