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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - No dia da morte de José Saramago
























NO DIA DA MORTE DE JOSÉ SARAMAGO
{poema de homenagem}

agora, livre da coadjuvância das afectações: os
deuses se escondem nas artérias do teu
silêncio, na tua fraqueza perfeita porque
sem o hábito de se auto-observar.
voltaste a ti: numa outra intermitência da morte, com
o sublime que é tudo aquilo que ignora um todo e
conduz uma perspectiva até ao quociente interno
de uma invisibilidade que fala através
do teu questionário incicatrizável.
e daí tudo vês: vês-me faltar de propósito à
conclusão do meu poema, vês o peso
da omnipresença do abstracto, da hora antiga,
vês as minhas infâncias e urgências juntas e tar-
dando hoje em se converterem, devolvendo-me
ao que eu era: ao início do dia.

Sylvia Beirute
inédito

9 comentários:

  1. HOmenagem digna de aplauso. Palavras sublimes que enfeitam o silêncio dos corações órfãos.

    Beijo.

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  2. Ao Saramago devo o início da paixão pela literatura portuguesa. Não é pouco.

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  3. um poema que tem algo de biográfico de josé saramago e também o teu sentimento de vazio.

    escrito como só tu sabes. parabens.

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  4. Bela homenagem em tão bem costuradas palavras.

    "Os poetas sabem se consolar sempre", literalmente.

    Abraços com pesar,

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  5. Belo poema. E bela homenagem.
    Que Saramago viva eternamente nas páginas dos seus livros na memória dos que o recordarão como um génio e um homem livre.

    Um abraço,

    Samuel Pimenta.

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  6. Gostei da homenagem feita. leitor e autor: caminhos que se entrelaçam. ;-)

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  7. O poema da saudade no nascedouro é aquele que nunca queremos encetar. Solidarizo-me com você e seu Portugal neste momento inconsolável. Também me reporto àquele seu poeta que partiu faz dias.
    Beijo!

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  8. excelente! O tripalio tem lido alguns poemas seus e tem-se rendido... este é um deles!

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