ESQUINAS
faço versos porque já morri
tanto e tantas vezes
mas não encontro o caminho de casa
onde era mesmo que eu morava?
no acaso me lanço
no espaço em branco longe dos apegos
flutuo
há uma curva no rio – havia mesmo um rio?
tinha botas de sol – ainda tenho pés?
há um lugar onde as almas se encontram
os corpos são frascos
de vidro - não eram potes
de barro?
há janelas que nunca se abriram
cortinas transparências
o vento - havia mesmo o vento?
podia ouvir seu sopro
ao menos uma carta eu poderia ter escrito
na próxima esquina quem sabe
no próximo verso
Já conhecia este belíssimo poema de Nydia!
ResponderEliminarAh, não só os vivos, mas os mortos, quanto tem a escrever!
ResponderEliminarAbraços,
Ultimamente, dei para ler poemas...acho que é coisa da idade.
ResponderEliminarHá braços!!
Lindas e tocantes esquinas de Nydia Bonetti!!
ResponderEliminarBeijos