PASSADO-PREÂMBULO
{inspirado pela sua coragem, este poema ao Ricardo Domeneck}
não sei ao certo porque permaneço
neste passado.
neste passado-preâmbulo que se
não dissolve em qualquer futuro.
e sendo rigorosa e franca, vejo esta mudez
como um labirinto (que peso terá, que
peso terá para fugir tão depressa e
somente falar depois da tradução?)
não sei ao certo como se devolve
uma distância, como tomar o «sempre»
que se vai diminuindo pela apreensão do
espaço em sacos térmicos, bolsas de ar,
maços de tabaco vazios, e também este
próprio passado que se auto-regressa
como as pessoas que se revisitam
com um rosto diferente todos os dias
com uma felicidade nova.
Sylvia Beirute
inédito
Aqui,na sua casa, voltarei com calma...Bjs*
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