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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Passado-Preâmbulo






































PASSADO-PREÂMBULO

{inspirado pela sua coragem, este poema ao Ricardo Domeneck} 

não sei ao certo porque permaneço
neste passado. 
neste passado-preâmbulo que se 
não dissolve em qualquer futuro.
e sendo rigorosa e franca, vejo esta mudez
como um labirinto (que peso terá, que
peso terá para fugir tão depressa e 
somente falar depois da tradução?)
não sei ao certo como se devolve
uma distância, como tomar o «sempre» 
que se vai diminuindo pela apreensão do 
espaço em sacos térmicos, bolsas de ar, 
maços de tabaco vazios, e também este
próprio passado que se auto-regressa
como as pessoas que se revisitam
com um rosto diferente todos os dias 
com uma felicidade nova.

Sylvia Beirute
inédito

1 comentário: