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sábado, 11 de setembro de 2010

11 DE SETEMBRO - POEMA - SYLVIA BEIRUTE


















11 DE SETEMBRO

nada a nada. 
as quedas geram ausências diferentes.
uma coisa uma não coisa.
um poema um quase poema. isso.
sentido de homenagem,  o respeito
de não voltar a fazer o objecto homenageável.
a especialidade rebenta em todos os órgãos.
a porta fecha com o mundo dentro dos 
calcanhares que logo impedem a luz negra 
de entrar por baixo.
os amanhãs dos hojes. exclamações submersas.
e um poema um quase poema e quem me dera 
que fosse como uma vida 
impossibilitada de ser um céu ou um paraíso 
perdido, mas que deve ser quase isso. 
manter-se nisso.
e nada a nada. uma coisa uma não coisa.
um poema um quase poema.
uma vida uma vida.

Sylvia Beirute
inédito

4 comentários: