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terça-feira, 21 de setembro de 2010

ARQUÍLOCO: POEMAS

























SEIS POEMAS OU FRAGMENTOS

Seco de inspiração, mas não de sentimento
pelas tristezas que o comovem tanto
para assunto de poemas, o medíocre poeta
o seu estilete molha, preparando-se...

*

Ai quantas vezes,
ai quantas, quantas
no turvo mar,
o mar penteado
pelas rajadas
como a desordem
da cabeleira
de uma mulher,
eu suspirei,
morto em saudade
pela doçura
de regressar.

*

De um Trácio é agora o meu tão belo escudo.
Que havia eu de fazer? Perdi-o na floresta.
Mas salvei minha pele, no aceso da luta.
Sei bem onde comprar um escudo novo.

*

Esta ilha
engrinaldada por agrestes bosques
jaz no mar
como um espinhaço de burro.

*

A mim o que me mata,
querido efebo, digo-te:
desejo sem prazer,
versos sem graça ou ritmo,
e ceias só com chatos.

*

Desejo Futuro
Inimigo,
Música:
Meu canto
E uma flauta
Juntos.

Arquíloco
(in «Poesia de 26 Séculos - De Arquíloco a Nietzsche», 
tradução de Jorge de Sena, Edições ASA)


Arquíloco foi um poeta lírico e soldado grego que viveu na primeira metade do século VII a.c. Os antigos colocavam-no em pé de igualdade com o próprio Homero. Escreveu principalmente iambos, sendo um dos primeiros e mais notáveis representantes do género.
 

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