ORAÇÃO PARA O CORPO
no lugar do meu corpo visível está
uma mulher cega, no paradigma da luz,
uma mulher no limite entre pessoa e
personagem, resignação e dizer adeus; no lugar
entre o meu primeiro capítulo fora do
tempo estão setenta e dois dias de sobre-
-vivência de um agradecimento, uma incerteza
capaz de uma percentagem de certeza,
talvez um salvamento que veio mais cedo,
antes de haver algo de físico para resgatar.
no lugar do meu corpo: eu, os meus ossos,
a tua morte, a irrelevância do peso.
amém.
amém.
Sylvia Beirute
inédito
a fotografia é de yara kono.
São limites tênues, Sylvia: Presonagem/pessoa. Resignar/partir. Corpo/alma. Olhos cegos/luz.
ResponderEliminarSó mesmo no poema, alguma certeza. beijo.
Sylvia!
ResponderEliminarUm poema-prece que transcende em luz e beleza! Estática e poética!
LINDO!
Beijos
Mirze
Realmente, linha tênue entre eu e o que sou...
ResponderEliminarLindo poema!
beijos