Segundo me diz um amigo e colaborador deste blogue, hoje é o Dia da Mãe na Argentina. Escrevi este poema há cerca de dois anos e ao relê-lo achei que faria algum sentido publicá-lo aqui.
DIA DA MÃE
mãe.
por dentro da mãe o filho habita o mundo, por fora
um sorriso alto, caminhos de sangue.
e eu penso que o nada pode ser outra coisa.
esse azul coagulado no trono de uma reticência etérea,
que se debruça por onde o leite da linguagem
enche um copo. pelas aves envio
o silêncio em pedra. onde os lugares ardem
no seu movimento impossível. construo
a morte que espreita pela própria agonia
e flores, as doces flores que se abrem
até ao centro da estufa do seu umbigo.
esse azul coagulado no trono de uma reticência etérea,
que se debruça por onde o leite da linguagem
enche um copo. pelas aves envio
o silêncio em pedra. onde os lugares ardem
no seu movimento impossível. construo
a morte que espreita pela própria agonia
e flores, as doces flores que se abrem
até ao centro da estufa do seu umbigo.
seu sonho delicado em círculo, mãe,
consagrando a fala lírica que se funde
em sílabas novas. sem direcções impressas.
e eu penso que o nada pode ser outra coisa.
e eu penso que o nada pode ser outra coisa.
e eu dei-te nadas no espírito de outra coisa.
Sylvia Beirute
inédito
Bonito o teu lugar. Obrigada por dar-se a conhecer. Voltarei mais. beijo
ResponderEliminarSim, muito sentido.Fez, faz muito sentido seu belo poema
ResponderEliminarBerzé
http://berzehq.blogspot.com/
[nas palavras, dentro do texto não consigo evitar a evocação das imagens de Teardrop, um poema visual tão difícil de repetir, que só a palavra poema se pode aproximar a esse exercício]
ResponderEliminarum imenso abraço, Sylvia
Leonardo B.
gosto das imagens que seus poemas desenham. como constrói destruindo alguns sentidos ou quando destrói construindo outros. realmente é uma "fala lírica que se funde em sílabas novas".
ResponderEliminarlinda homenagem!
um abraço,
Geraldo.