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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ANTÓNIO MARIA LISBOA - POEMA - RECUSA



















RECUSA

I

É muito possível durante os primeiros meses
uma importante viagem à Ásia - essa
é uma das consequências
secretas
em que não se tomaram quaisquer resoluções finais
e ambas chegaram igualmente.

II

ainda um cu marinho de agonia onde eu
sou um copo de aguardente francesa e tu
uma gaivota que passa rente ao barco que me leva

III

- Eu sou uma coisa qualquer
Eu sou uma qualquer coisa
sou uma qualquer coisa eu
uma qualquer coisa eu sou
qualquer coisa eu sou uma
coisa eu sou uma qualquer
EU NÃO SOU UMA COISA QUALQUER
- eu sou uma cidade
- eu sou ZANONI de Bulwer Lyton
- eu sou uma errata
- onde está a minha vida deve-se a ver a nossa vida
- onde está Deus deve-se ver o Diabo
- onde está o Amor deve estar o Grande Amor Mágico Amor Meu
- onde estou Eu deves estar Tu
- onde estão os lábios da nossa vida HÁ uma porta secreta minúscula

O-AMOR
MEU AMOR

António Maria Lisboa
em Poesia


António Maria Lisboa, nasceu em Lisboa em 1 de Agosto de 1928 e morreu na mesma cidade em 11 de Novembro de 1953. É, com Mário Cesariny de Vasconcelos, um dos principais poetas do surrealismo português. Fez parte do Grupo Surrealista de Lisboa que, com Mário Cesariny de Vasconcelos, Cruzeiro Seixas, Pedro Oom, Henrique Risques Pereira e António Maria Lisboa, se formou em 1948. A sua obra (em parte publicada postumamente por Luiz Pacheco na Contraponto) é composta pelos seguintes livros: «Afixação Proibida» (1949), «Erro Próprio» (1950), «Ossóptico» (1952), «A Verticalidade e a Chave» (1956), «Exercício sobre o Sono e A Vigília de Alfred Jarry seguido de O senhor Cágado e o Menino» (1958), « Em 1980 foi publicado pela Assírio e Alvim um volume com a sua obra completa. (biografia lida no blogue Aventar)
.

4 comentários:

  1. antónio maria lisboa é um dos meus poetas favoritos e embora goste muito deste poema poderias ter postado o "isso ontem único", um dos poemas de amor mais belos em língua portuguesa.

    ah e obrigado por aquele comentário aos "dias insones".

    abraços de cabanas

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  2. que coisa!
    é bem possível que eu corte meu cu ao meio...
    e de sorte
    estarei inteira aqui de novo!


    loca pra abocanhar um beirute!

    ResponderEliminar
  3. Belas obras, particularmente não conhecia esse poeta, muito bom.
    Grande abraço e sucesso!

    ResponderEliminar
  4. Sylvia,
    Antonio é um cu anfíbio, maravilha de cu arreganhando o cerne do cu do mundo...

    como tu)com todo respeito...hahah...como da tua arte!..melhor assim..!(

    querida,
    conheci tuas letras através da
    Carolina Caetano ) http://porcarolinacaetano.blogspot.com/ ( , pequenagrande coisinha de cu em flor de barro
    e barrancos roucos e deleitosos, uma coisa!

    Estou só começando minha comilança por aqui...
    Que beleza de banquete, Beirute!
    Enfim,
    grudei a gula e as têmporas aqui e não saio mais!
    beijos!

    ResponderEliminar