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sábado, 1 de janeiro de 2011

MORTE NUMA LISBOA REVISITADA - POEMA - SYLVIA BEIRUTE

























MORTE NUMA LISBOA REVISITADA

A vida, é certo, / não vale a sua perda, /
mas os jovens pensam que vale, / E nós éramos jovens. 
A. E. Housman

se o amor é um poeta obscuro, é a sabedoria de uma equação mal resolvida, pouco importa para nós; nós que passamos para depois do lucro divino da mão docemente sinistra, maneira  de arrombar o espírito familiarmente anunciado com a alegria de agarrar o medo e tomá-lo voluntariamente como comprimido, como morte pensada, como avistamento próprio na retórica de uma cidade que soluça às portas do seu dinheiro.

e muito para além de tudo está o nosso sonho em voz alta entre febre e frio, o sonho eléctrico de uma lisboa mal revisitada, passeio para depois da semi-eficácia da morte. 

e nós ainda respiramos. respiramos como se toda a respiração fosse uma pergunta. respiramos como se nos absorvêssemos.

Sylvia Beirute
inédito
.

3 comentários:

  1. Belo texto, Sylvia. Um 2011 cheio de completude pela palavra.

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  2. Sylvia,

    que texto!..fico-me nesta Lisboa revisitada, tão fria e calculista, mas no sabor das tuas palavras.

    bj

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  3. E broches, não fazes? Aposto que tens mais jeito para tal do que para a poesia. :)

    ResponderEliminar