porque alguém pediu muito...aqui vai:
PERGUNTA INTACTA NA SOMBRA DE MINHA PORTA
pergunta intacta na sombra de minha porta,
não ignoro os medos de tuas portas maiores.
quebro-te o rosto sem te ter ouvido a voz,
a figura de um homem, entre desejos e esperanças,
avança pela matéria pensante do medo.
é como conhecer o teu tamanho sem te ver palavras,
brincar aos modos de ser diferente, aos
ouvidos e olhos tapados
dissipando-se como dias lentíssimos
na aproximação das constelações distantes.
na aproximação das constelações distantes.
pergunta intacta na sombra de minha porta,
manhã fria, manhã inteira que transmite
inteireza na criança adulta ao lume, mistérios
do universo
na superfície caiada de uma existência avulsa
em independência. intransmissibilidade.
do universo
na superfície caiada de uma existência avulsa
em independência. intransmissibilidade.
e o sol ainda cega toda a beleza.
e a solidão ainda se alastra ao oceano.
e seja o que for ainda precisa de mim para se interrogar.
e seja o que for ainda precisa de mim para se interrogar.
pergunta intacta na sombra de minha alma.
Sylvia Beirute
inédito
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Magnífico poema , Sylvia !
ResponderEliminarum beijo !
Olá Sylvia
ResponderEliminaré um belo poema sobre "a pergunta intacta" que voa da "sombra da porta" à "sombra da alma" e onde há "mistérios do universo na superfície caiada de uma existência avulsa em independência"
gostei muito e é claríssimo que os poemas da Sylvia fazem falta