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quinta-feira, 7 de julho de 2011

POEMA - SOLIVAN BRUGNARA - RELOJOARIA



















Muito visceral este poeta brasileiro, Solivan Brugnara, com quem me identifico bastante. A sua poesia, como o poema que aqui coloco ilustra, é feita de tempos e espaços em cruzamento, novas precisões e matemáticas. A poesia escorre de um lugar longínquo até ao momento presente, por vezes para lá dele, nas suas costas. Os desencontros destes poemas vão formando, no livro Encantador de Serpentes e também no In Coerências, novos sistemas de identificação do eu poético ou do interlocutor, saques subtis para a abstração da alma e do corpo.


B. Relojoaria

Impossível saber que horas são numa relojoaria,
discordantes, vaidosos, pretensiosos
os relógios marcam horas divergentes.
Faz anos que libertei meu braço desta coleira,
detesto mesmo os corretos, os precisos.
Seu meio-dia não é o meu meio-dia
nem meu sono, termina em algum ponto programado
e estridente da manhã.
Porém,
tenho certa simpatia pelos relógios parados
errados sempre
salvo, por um instante, por um segundo
durante o dia no qual estão certos.
Um certo, que tem a beleza do acidental
do impossível que acontece
como o exato lance ou arremesso longínquo.
O perfeito ocorrido por um acaso mágico.

Solivan Brugnara
em Encantador de Serpentes
.

2 comentários:

  1. Obrigado Sylvia, sua poesia também me atrai,
    nossas diferenças são magnéticas.

    ResponderEliminar
  2. Um agradecimento à Sylvia pela divulgação e parabéns ao autor do poema, de que gostei muito.

    ResponderEliminar