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terça-feira, 20 de setembro de 2011

POEMA QUE COMEÇOU COMO SENDO DE SYLVIA PLATH - SYLVIA BEIRUTE


























POEMA QUE COMEÇOU COMO SENDO DE SYLVIA PLATH

este poema começou por ser de sylvia plath.
e pouco depois deixou de o ser.
não, já não era sylvia plath.
senti-o mais como um ferlinghetti, ou então
um hölderlin.
sim, até podia ser um hölderlin.
mas não tinha a certeza absoluta.
tentei espreitar para saber se podia ser
de manoel de barros, mas não vi qualquer
humanização bizarra.
perguntei ao meu editor, fernando esteves
pinto, se seria seu. e a resposta foi negativa.
liguei para ricardo domeneck, em berlim
e de viagem para lisboa para o festival epipiderme.
ele ouviu-o no meu português de tímido sotaque
e citou dois ou três nomes estrangeiros
que não consegui decorar.
mas pouco depois senti o poema como meu,
como se todo o sentimento tivesse descongelado.
como a minha contemporaneidade.
{é, talvez eu seja o último ponto
da minha própria contemporaneidade.}
e todas as minhas palavras pareceram de novo minhas
como se nunca tivessem deixado de o ser.

Sylvia Beirute
inédito
.

2 comentários:

  1. gostei da suave ironia deste poema e da sua falsa ingenuidade, pelo menos foi o sabor que senti no embotamento dos sentidos.

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  2. este é daqueles que se leem com um sorriso.

    ResponderEliminar