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terça-feira, 18 de outubro de 2011

ANTIRUBRIOGRAFIA - POEMA - GAVINE RUBRO

























ANTIRUBRIOGRAFIA

sou tão biografável como uma ervilha violeta.
uma espécie de legume do qual existem mais de seiscentos conjuntos verdes.
de mim o que há a dizer é que sirvo para tanto como um garfo
que sou tão grande como um circulo
e que existo nas gotas de chuva.

sou tão biografável como uma peúga
porque sou uma peça de roupa com pele que vai para lavar todos os dias
que estriça e minga
e mesmo assim prefiro andar descalço: já há aqui algo meu, descaí-me

andar descalço pelo alcatrão sujo das noites
ver nas pestanas a industrialização do assentimento
e dentro dos meus ouvidos vive um elefante-bebé.

tão biografável quanto uma folha
estática elástica e plástica para o chão,
tão biografável quanto um coral
e um fósforo aceso até ao preto da madeira.

potável como o vermelho
estátua como um comboio
independente como um peixe
isto nada e tudo isto:
tão etéreo e vivo
como um poema.

Gavine Rubro
.

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