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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MEIA-NOITE EM PARIS, DE WOODY ALLEN



Há acasos e coincidências muito interessantes. Tenho notado que muita gente tem entrado neste blogue à procura de algo sobre Gertrude Stein, facto que me intrigava. Porque raio todos se tinham lembrado agora da Gertrude Stein, quando nem é assim tão conhecida na lusofonia? Durante dias pensei nesse facto. Até que vi o filme Meia-Noite em Paris, de Woody Allen, em que aparece esta poetisa americana que tanto admiro e de quem falei um pouco aqui no Uma Casa em Beirute. Não posso estar cem por cento certa de ser esta a correlação, mas parece-me bem provável. Pelo menos, não vejo outra. Se alguém vir, que diga. Mas adiante. Aproveito para aconselhar o filme. Tenho a certeza que os amantes da literatura vão gostar especialmente dele. Na cena podemos um ver um Ernest Hemingway, com uma esplêndida interpretação, Fitzgerald, entre outros escritores e artistas que usaram Paris como inspiração na sua arte, tendo vivido nesta cidade.

Outra coisa muito interessante, e que os curiosos da Lei da Atracção talvez pudessem explicar, é o facto de há uns bons anos eu ter escrito um poema com o título Meia-noite em Paris, sem tirar nem pôr. Pedi a alguém muito especial que o encontrasse e, depois de algum esforço, deu-se um Voilà! Com todas as falhas e incongruências de uma idade mais tenra, aqui vai:

MEIA-NOITE EM PARIS

meia-noite em paris.
a minha meia-noite em paris pretende alcançar
as asas do meu silêncio.
não reclama qualquer ferida alheia, não
ostenta o seu coração giratório.
há um pássaro que reconhece um 
momento menos sóbrio
e pousa, há uns olhos que permanecem
intactos e não olham.
é meia-noite em paris, ainda que a cidade
seja outra. e esta cidade é, de facto, outra.
o amor acende as luzes do medo.
as janelas do tempo recebem a ventania
que as sombras já não seguram.
há uma tristeza descoordenada nas imagens
dos espelhos que paris augura.
meia-noite em paris. a verdade 
é directamente arrancada do coração
e com ele.

Sylvia Beirute
inédito
.

2 comentários:

  1. Olá Sylvia
    "é meia-noite em paris ainda que a cidade seja outra...o amor acende as luzes do medo...há uma tristeza descoordenada nas imagens dos espelhos..." gosto do poema e gostei do filme, daquela viagem por um Paris de Art Deco onde tantos personagens notáveis, que admiro,entre quais a Gertude Stein tão falada por Hemingway no livro " Paris é uma festa", um inolvidável Dali que falava de rinocerontes e um cubista de franja de seu nome Picasso perante um quadro enigmático de Adriane. Muito aconselhável, um bom momento de cinema, descomplicado e divertido. também já escrevi lá no blog sobre o mesmo tema, se quiser ver está aqui http://omarpareceazeite.blogspot.com/2011/10/adrianne-e-paris.html.

    Abraço

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