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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

RIMBAUD NA CIDADE - POEMA - SYLVIA BEIRUTE

























RIMBAUD NA CIDADE

{ao Pedro Ribeiro, pela afinidade}

podemos encontrar um homem numa cidade
que se desenrola como uma conversa.
um homem que
toma uma decisão no meu affair, mas não interessa.
bem, a boa poesia sempre tornou os meus olhos
mais brilhantes {e isso interessa},
o meu entusiasmo levemente esquecido
como todas as coisas que se integram.
a minha lei sempre começou por se titular 
imediatamente por baixo dos meus pés.
bem, os meus pés parecem agora voar
no seu próprio raciocínio e intelecto, cobertos 
por algo inacabado, algo
que faz andar e, sobretudo, correr.
e há algo de mágico nestas três da manhã
de um dia tal em que traduzo e falo com rimbaud 
e invejo os amarelos de van gogh
{e isto também interessa}.
e umas mãos parecem superar o carácter
de uma permanência deslizante que contraria 
o seu primeiro e último instinto.
o meu affair é uma água súbita e sofrida
na memória cor de neve.
o meu amor é um balão e voa como o tempo
mais belo e significante.

Sylvia Beirute
inédito
.

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