quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Um poema de Sylvia Beirute - Nouvelle Cuisine
NOUVELLE CUISINE
{nada tenho a oferecer-te. /
permanecer hoje intacta
é a unidade de medida
do meu braço cortando a cebola. /
a vida real é darwiniana, sabes,
e é impossível regressar-se
à mesma felicidade.
por outro lado, os alimentos parecem
também eles regressar:
a carne ao javali, o arroz - oryza glaberrima -
aos campos de áfrica,
o molho desfez-se, /e o seu vazio e cheiro
inundaram os músculos
que certificavam a distância.
restou uma cebola / e estas palavras.
por favor, pôe a mesa.}
Sylvia Beirute
inédito
foto de álvaro dias
Etiquetas:
poemas próprios
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