quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Um poema de Sylvia Beirute - Sophia Loren, Beleza de Ferro
SOPHIA LOREN, BELEZA DE FERRO
afinal isto é um clássico / eu sou a sophia loren
de vestido branco, alta mas ténue ao espaço.
hoje, sinto-me rude face ao tempo,
o tempo é uma casa de horas
que, com os inquilinos no interior, ainda se constrói.
- e faz barulho / muito barulho,
há pedreiros e carpinteiros dentro da minha beleza de ferro,
pessoas suando - ninguém poderia imaginar.
{e o tempo rápido é o único que homenageia}.
ocorre-me que se não acreditar no meu passado,
o meu futuro não acreditará neste momento.
e decido deixar todos os filmes paralelos à vida,
africa sotto i mari, la ciociara, etc etc.
retiro camadas de infinito do corpo,
o ferro funde-se, e sou humana de novo.
Sylvia Beirute
inédito
Etiquetas:
poemas próprios
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