DEPOIS DO PRIMEIRO VERSO
este verso não chegará para a lucidez como
chega a nitidez para o alívio. se digo {é noite
ao canto da boca}, a memória sumarenta cresce
e propicia os peixes que se desintegram do esquecimento
e na imediatez dos estilhaços do momento
vagueiam na extremidade do que poderá
ser descrito como {inconsciência}.
e nele há uma longa viagem de fora para dentro
e de dentro para fora } há sempre uma ferida no
seu orfanato de feridas e a metamorfose é panorâmica
no rebordo do alarme do seu silêncio rolante.
após este verso o poema chegará ao seu porto
porque afinal:
longe da solidão qualquer lugar é um exílio.
Sylvia Beirute
inéditoum outro poema meu {aqui}
O discurso poético implica a perseguição do sentido, que é afinal o desígnio final da poesia. Um espaço de palavras pode pois correr o risco de ser apenas isso. E esse é o pecado original de uma poesia secundária. A libertação da palavra do seu poder exige um poder maior na escrita.
ResponderEliminarMas quem sou eu para dizer isto?
I´m sorry
um texto mt imagético este. fiquei a meditar sobre essas viagens do primeiro verso de um poema e do modo como ele contagia os seguintes.
ResponderEliminaros versos finais renatam o poema na perfeição e dão~lhe a sua forma final. delicioso.
AS PENAS DOS MITOS
ResponderEliminarNão há cavalos em letras de urnas
Nem amantes no espaço em que habito
Mas há este amor de puro granito
Que se funde no âmago das furnas
E rebenta a fera das facas diurnas
Que me rasga o asfalto em que medito
Nas palavras do túmulo escrito
Com os símbolos das mortes nocturnas
Pesco as ruínas dos leitos roubados
Onde vivem as angústias dos ritos
Que ocupam selvagens os detritos
Que são minutos de tempos violados
Pelos roedores que juram sagrados
Que só me restam as penas dos mitos.
Oeiras, 07/09/2009 - Jorge Brasil Mesquita
www.comboiodotempo.blogspot.com
P.S. As fotografias são resplandecentes. O preto e branco torna-as fascinantes
oi Sylvia q lindo seu espaço aqui! adorei q estou seguindo! depois eu venho com mais tempo pa xeretar mais kkk
ResponderEliminarbeijo_na__alma! e obrigada por me seguir lá seja muito bem vinda! tchau
Bonito poema. Gostei!
ResponderEliminarAbraços.
Bom conhecer uma nova poesia!
ResponderEliminarParabéns pelo espaço que encontrei.
Sua ida - mesmo que silenciosa - ao meu blog foi um presente, porque o que se vê aqui é maravilhoso!
ResponderEliminarAdorei e voltarei para ler cada pedacinho.
Um abraço e excelente fim de semana.
Sylvia,
ResponderEliminartens a mesma idade que eu. Obrigado pela presença em meu blogue. Que façamos uma boa amizade em versos e letras.
Continuemos...
Gostei sobertudo do poema acima, há de facto gente por aqui a escrever muito bem em prosa, mas poesia é raro.
ResponderEliminarHei-de voltar.
:)
Lindo
ResponderEliminar"longe da solidão qualquer noite é um exílio", uf, tenho de parar, o encantamento causado pelo que escreve é único e tenho de voltar amanhã para ver se ainda cá está. É de mim que duvido.
ResponderEliminarainda está (o encantamento), quase intacto, sem a emoção da descoberta, com a outra, a da expectativa.
ResponderEliminar