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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um poema de Sylvia Beirute - Carbono




























CARBONO

parte esta distância ao meio e
separa os meus carbonos e nirvanas e
nas aberturas que se formam, entre uns e outros,
coloca-me um daqueles {!} pontos de exclamação
vermelhos em vias de extinção
e que cortam primeiro o pulso e depois
o eco à palavra eterna. } recolhe então
os deuses que da palavra emanam, ou
os do eco nado-morto no seu útero de nuvem, e
dispõe-os sobre a meia volta que o abraço
dá, desde a manhã, até à tarde. {
porque, de resto, na memória não há sentimentos
mas emboscadas que da sua espontaneidade
brotam e voam como algo por acontecer}.
as suas palavras, verdadeiras ou não, nascidas
ou inascidas, desfazem o longo muro de silêncio.

Sylvia Beirute
inédito

6 comentários:

  1. Mais uma surpreendente descoberta.Poema com uma dinâmica íntima invulgar e com uma linguagem que começa tornar-se de "preocupante" pela singularidade.Confesso que gostei.Muito.

    ResponderEliminar
  2. uma beleza de poema.

    Lindo blog, e obrigado por sequir o @dis-cursos.

    ResponderEliminar
  3. Fantásticos os poemas que escreves.
    Reparei que estavas a seguir o meu blogue, não há muito tempo, julgo eu. Obrigada :)
    Um beijo e um sorriso

    ResponderEliminar
  4. e que bela casa Sylvia!

    adorei pos poemas. parabéns!

    e ainda bem que o "meu" livro te disse :)

    ResponderEliminar
  5. Poema com poema se paga.

    LIBÉLULAS


    Li no painel do teu coração de cristal
    Mensagens de monstros de cordel
    Folhas de papel com pincéis de coral
    Registos de memória menstrual
    Sem segredos nem medos da infância
    Fantasmas em danças bucólicas
    Entre paisagens e cólicas
    Que medem a construção da distância
    Entre o fel do instinto
    E o pastel que coloriu a veia do néon extinto

    Nós somos estudos de números redondos
    No ecrã dos erros mudos
    Ouvimos nos i pods os estrondos
    Que a Ciência congrega em Entrudos
    Para processar as aventuras
    Das nossas mais íntimas loucuras

    Vi nas células do teu riso precoce
    O voo imortal das libélulas
    Com flautas de moléculas em pautas de tosse
    Situações com intuições feitas de posse
    Sem as bocas das loucas tradições
    Canções que sopram vinhas sociais
    Entre imagens irracionais
    Que racionalizam a morte das ficções
    E pesquisam a inocência
    Com as farsas que deslizam por entre a pen da imprudência

    São doses fatais no cólon do velho vitral
    Que se bebem às margens trigais
    E ouvimos aos marginais da fera global
    Que os ruídos das esferas sacramentais
    Inventam aos olhos das patas fúteis
    O padrão sonoro das nossas peles inúteis.


    Oeiras, 11/07/2009 - Jorge Brasil Mesquita
    www.comboiodotempo.blogspot.com
    Obrigado por apareceres.

    ResponderEliminar