terça-feira, 3 de novembro de 2009
Um agradecimento
Agradeço o inesperado destaque no blogue Poetas Portugueses do Século 21.
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coisas
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Poemas de Sylvia Beirute
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escrever é esculpir sem pedra.
ResponderEliminare depois procurar uma pedra,
pesar a pedra, e depois o poema.
- poética
parabéns
CARTA LACRADA
ResponderEliminarAS PORTAS FECHAM-SE A CADA INSTANTE
A CHUVA RÓI O SILÊNCIO DA DOR
E NA PAZ DESTA VIDA SEM AMOR
RODA O MUNDO EM QUE NÃO SOU VIAJANTE
PASSO SEM PASSAR, FALO, NÃO CONVERSO
E DURMO NO BALOIÇO DAS IDEIAS
SEM RESPIRAR A LUZ DAS SUAS CANDEIAS
PORQUE SOU O AVESSO DO INVERSO
SOU ESTE CHEIRO A TERRA QUEIMADA
QUE O OLFACTO BEBE E PROMOVE
A ESTA RAZÃO QUE NÃO SE COMOVE
PORQUE SOU UMA CARTA BEM LACRADA
SEM PALAVRAS, SEM NOME OU MORADA
NAS MÃOS DESTA MORTE QUE INDA SE MOVE.
Oeiras, 21/09/2009 – Jorge Brasil Mesquita
www.comboiodotempo.blogspot.com
Os meus parabéns com uma singela homenagem em versos.
ResponderEliminarCÉREBRO DA ESTRANHEZA ABSOLUTA
Há um cérebro na velha cidade
Que não sabe luzir como um anúncio
Veste-se com a pele da verdade
E às vezes fala como Confúncio
Homem tu tens de beber o leite da nudez
E concertar os arames do teu esqueleto
Privar a língua de ser o olhar da mudez
E aprender a sujar o óleo obsoleto
Há uma gargalhada desse fogo sem freio
Que se ouve na garganta aberta da morte
São passos que fustigam a noite sem receio
E palavras em bocas do mais fino recorte
Homem és um actor do Mundo sem plateia
E não usas as cores do crime perfeito
Lambes o trono à mão de quem te semeia
Mas não lavras a quem escreve ao osso estreito
Há um estranho no correio das brasas
Que não arde quando o gelo castiga
Finge que foge aos sonhos com as asas
Que rouba a uma Fénix que o mastiga
Homem converte a saliva em fragas
E respira a lama das entranhas
Vais ser a campa de todas as sagas
E o dédalo que roubas às aranhas
Há um cérebro oco nas vagas do temporal
Que não sabe resistir à mais pura falência
Sente-se o foragido da rédea fatal
E resume-se como a dor da inocência
Ó Homem ouve os sons da morte a sorrir
Mas não uses as lentes distantes do engano
Que chegou a hora infinita de se extinguir
O palco onde o corpo do sono é insano.
Oeiras, 29/08/2009 - Jorge Brasil Mesquita
www.comboiodotempo.blogspot.com