LENIMENTO
nunca, num movimento, há uma resposta.
a criatividade é, quanto ao pudor, incontinente } e é universal.
o seu cérebro está em órbita interna.
não há demonstração no seu entendimento.
no seu fazer acontecer uma morte que esculpe
reduz o seu corpo, e as funções mínimas
ainda fecundam no momento do nascimento.
{no lenitivo sangue um punitivo escrever simula.}
{simular-me é negar-me.} um lupino semi-inarticulado
deixa as palavras por dizer, mas ainda assim dispostas,
por preencher na exibição da {leitura}.
depois do momento criativo, o criador encontra
no rosto uma personagem para interditar o corpo
e regressar à memória que reverbera
com a mesma natureza de um grão de sal.
Sylvia Beirute
inédito
NÁUFRAGOS DO TEMPO PERDIDO
ResponderEliminarOlá guerrilheiro da fome que te come
Olha o passageiro do cio que te consome
Brancas são as asas e negra é a noite que te fere
Que aviva a brasa da vida que não te gere
E pressiona a boca que te engole
Com as palavras que te queimam o corpo mole
Olá Estrangeiro que Camus conheceu
Usa a história do fogo que te prendeu
E caminha sobre as águas serenas da paz
Para que se vejam as carnes que o barco traz.
São sonhos em cima de sonhos sem se sonhar
Porque o vento humano é o dono do mar
E as crianças que desconhecem os ventres da morte
São desculpas dos risos que não se ouvem ao vento norte.
Olá flibusteiro das margens que o rio afoga
Segue a adaga das trevas que o mundo advoga
E aprende a sobreviver nas areias quentes do deserto
Porque os espíritos das sombras violam o encoberto
E cantam as odes nocturnas que o lacrau inventou
Para envenenar as esperanças que o tempo purificou.
Adeus ó medo arcaico que o futuro implantou
Nós somos a geração da velhice que te despertou
E sopramos as velas que a alegria da infância
Ajudou a superar todas as noites cruas da distância
Para erguermos aos pilares da Humanidade
Os cânticos eternos que são os coros da Liberdade.
Oeiras, 14/08/2009 - Jorge Brasil Mesquita
www.comboiodotempo.blogspot.com
NÁUFRAGOS DO TEMPO PERDIDO
ResponderEliminarOlá guerrilheiro da fome que te come
Olha o passageiro do cio que te consome
Brancas são as asas e negra é a noite que te fere
Que aviva a brasa da vida que não te gere
E pressiona a boca que te engole
Com as palavras que te queimam o corpo mole
Olá Estrangeiro que Camus conheceu
Usa a história do fogo que te prendeu
E caminha sobre as águas serenas da paz
Para que se vejam as carnes que o barco traz.
São sonhos em cima de sonhos sem se sonhar
Porque o vento humano é o dono do mar
E as crianças que desconhecem os ventres da morte
São desculpas dos risos que não se ouvem ao vento norte.
Olá flibusteiro das margens que o rio afoga
Segue a adaga das trevas que o mundo advoga
E aprende a sobreviver nas areias quentes do deserto
Porque os espíritos das sombras violam o encoberto
E cantam as odes nocturnas que o lacrau inventou
Para envenenar as esperanças que o tempo purificou.
Adeus ó medo arcaico que o futuro implantou
Nós somos a geração da velhice que te despertou
E sopramos as velas que a alegria da infância
Ajudou a superar todas as noites cruas da distância
Para erguermos aos pilares da Humanidade
Os cânticos eternos que são os coros da Liberdade.
Oeiras, 14/08/2009 - Jorge Brasil Mesquita
www.comboiodotempo.blogspot.com
Com a definição do que é a criação dada por Herman Hesse em Narciso e Goldmundo sobre (salvo erro) a Pietà, esta foi a mais próxima do que eu gostava de ter sabido verbalizar.
ResponderEliminareu me encantei com tudo poraqui.Lindo,suave e ao mesmo tempo intenso...
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