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domingo, 15 de novembro de 2009

Um poema de Sylvia Beirute - Lenimento



















LENIMENTO

nunca, num movimento, há uma resposta.
a criatividade é, quanto ao pudor, incontinente  } e é universal.
o seu cérebro está em órbita interna.
não há demonstração no seu entendimento.
no seu fazer acontecer uma morte que esculpe
reduz o seu corpo, e as funções mínimas
ainda fecundam no momento do nascimento.
{no lenitivo sangue um punitivo escrever simula.}
{simular-me é negar-me.} um lupino semi-inarticulado
deixa as palavras por dizer, mas ainda assim dispostas,
por preencher na exibição da {leitura}.
depois do momento criativo, o criador encontra
no rosto uma personagem para interditar o corpo
e regressar à memória que reverbera
com a mesma natureza de um grão de sal.


Sylvia Beirute
inédito

4 comentários:

  1. NÁUFRAGOS DO TEMPO PERDIDO

    Olá guerrilheiro da fome que te come
    Olha o passageiro do cio que te consome
    Brancas são as asas e negra é a noite que te fere
    Que aviva a brasa da vida que não te gere
    E pressiona a boca que te engole
    Com as palavras que te queimam o corpo mole
    Olá Estrangeiro que Camus conheceu
    Usa a história do fogo que te prendeu
    E caminha sobre as águas serenas da paz
    Para que se vejam as carnes que o barco traz.
    São sonhos em cima de sonhos sem se sonhar
    Porque o vento humano é o dono do mar
    E as crianças que desconhecem os ventres da morte
    São desculpas dos risos que não se ouvem ao vento norte.
    Olá flibusteiro das margens que o rio afoga
    Segue a adaga das trevas que o mundo advoga
    E aprende a sobreviver nas areias quentes do deserto
    Porque os espíritos das sombras violam o encoberto
    E cantam as odes nocturnas que o lacrau inventou
    Para envenenar as esperanças que o tempo purificou.
    Adeus ó medo arcaico que o futuro implantou
    Nós somos a geração da velhice que te despertou
    E sopramos as velas que a alegria da infância
    Ajudou a superar todas as noites cruas da distância
    Para erguermos aos pilares da Humanidade
    Os cânticos eternos que são os coros da Liberdade.


    Oeiras, 14/08/2009 - Jorge Brasil Mesquita
    www.comboiodotempo.blogspot.com

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  2. NÁUFRAGOS DO TEMPO PERDIDO

    Olá guerrilheiro da fome que te come
    Olha o passageiro do cio que te consome
    Brancas são as asas e negra é a noite que te fere
    Que aviva a brasa da vida que não te gere
    E pressiona a boca que te engole
    Com as palavras que te queimam o corpo mole
    Olá Estrangeiro que Camus conheceu
    Usa a história do fogo que te prendeu
    E caminha sobre as águas serenas da paz
    Para que se vejam as carnes que o barco traz.
    São sonhos em cima de sonhos sem se sonhar
    Porque o vento humano é o dono do mar
    E as crianças que desconhecem os ventres da morte
    São desculpas dos risos que não se ouvem ao vento norte.
    Olá flibusteiro das margens que o rio afoga
    Segue a adaga das trevas que o mundo advoga
    E aprende a sobreviver nas areias quentes do deserto
    Porque os espíritos das sombras violam o encoberto
    E cantam as odes nocturnas que o lacrau inventou
    Para envenenar as esperanças que o tempo purificou.
    Adeus ó medo arcaico que o futuro implantou
    Nós somos a geração da velhice que te despertou
    E sopramos as velas que a alegria da infância
    Ajudou a superar todas as noites cruas da distância
    Para erguermos aos pilares da Humanidade
    Os cânticos eternos que são os coros da Liberdade.


    Oeiras, 14/08/2009 - Jorge Brasil Mesquita
    www.comboiodotempo.blogspot.com

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  3. Com a definição do que é a criação dada por Herman Hesse em Narciso e Goldmundo sobre (salvo erro) a Pietà, esta foi a mais próxima do que eu gostava de ter sabido verbalizar.

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  4. eu me encantei com tudo poraqui.Lindo,suave e ao mesmo tempo intenso...

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