NOCTAMBULÁRIO
{ao José Leon Machado, em jeito de agradecimento}
se o teu corpo quiser sair
de si, hás-de te enviar, aonde quer que
existas, para a tua superior intimidade; acenderás
uma fogueira, violarás os enigmas
do teu mundo na sua subconsciência carnal,
e escutarás o trânsito de débeis canções
placidamente indiferentes
aos ecos que o seu curso toma
depois do ouvido.
hás-de encontrar
os pássaros amarelos da manhã, as
tripas de deuses mortos,
as lágrimas que não contribuem para o dilúvio,
passearás pelas ruas
dos intestinos das causas da memória que tudo
resume e esquece,
e sentirás o exorcismo de todo o tempo.
depois, um surto de luz devolverá
o sentido lato original,
e o corpo regressará com todos
os seus elementos,
por outra ordem,
e terás lançado o isco ao destino.
Sylvia Beirute
inéditoo título deste poema deve-se ao blogue homónimo.
Potente.
ResponderEliminarDepois de se passar por aqui, é impossível não sair do corpo. É impossível voltar ao que se era.
De dia ou de noite. [sentir de aldeã]
Bem haja.
prazer em conhece-la Sylvia .
ResponderEliminargostei das coisas que encontrei e li aqui .
vamos lançar o isco ao destino .
beijos !!
obrigado por ter me visitado . muito gentil da sua parte .
Fabuloso! Tem ritmo, impacto e dexou-me a pensar...decididamente, tenho que lançar um isco ao destino ao invés de ser fisgado por ele...
ResponderEliminarSYLVIA, parabéns, um poema corretíssimo, com a marca registrada de uma profissional.
ResponderEliminarVocê tem livro editado? Se não tiver pode correr atrás. Parabéns!!!
Voltarei sempre.
Espero que possa dar um pulinho no meu blog de humor:
"HUMOR EM TEXTO"
É de graça!(rs)
Um abração carioca e Feliz Natal!
Poderoso!
ResponderEliminarbeijo.
(piano)
BELISSIMO O TEU POEMA ...!
ResponderEliminarPRAZER E HONRA ESTAR AQUI ...!
UM BEIJO , POETA !