INTUIÇÃO
intuição. a arte mutila a intuição.
a leitura é intuitiva e a sua intuição
mutila a mutilação da intuição
que é a arte.
a leitura é a desproporção da criação, des-
programa-a,
desjustifica-a, avalia-a.
e previamente, hoje penso com a intuição
e verificação dos vaga-lumes
da tarde que intui o sol que cai
e assim, indirectamente, coloca
a intumescência das sombras
nos rostos e nas palavras com formato
de insecto
e nas possibilidades profundas da matéria
do rio implícito e anivelado.
daí a ressalva erógena para poder dizer que
apesar de viver dentro de um silêncio intuitivo,
eu lhe despertenço.
Sylvia Beirute
inédito
Neste poema também encontrei Manoel de Barros. Na vontade da transfusão com a natureza. Na busca do estado de despertença que faz escrever sobre o chão. Belíssimo, Sylvia. Do Manoel, gosto muito da trilogia Memórias Inventadas. Vou te acompanhando. Adriane B.
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