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domingo, 17 de janeiro de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Pastéis de Belém






















PASTÉIS DE BELÉM

{ao josé ferreira e à ana luísa amaral}

do que me não deseja
eu guardo os alheamentos e são os alheamentos que melhor infligem
intimidade.
mas comecemos por algo fácil. com um sopro
façamos uma nuvem de canela,  e nos segundos que ela dura
introduzamos um poema com a indicação "rota de furacões".
depois, não escrevamos esse poema propositadamente
e deixemo-lo existir sem palavras e, por isso, náuseas.
talvez ocorra a mesma coisa que hoje sinto: uma ausência
de atmosfera
que caminha em direcção a um centro
que caminha em direcção a outro centro
que caminha em direcção a outro
e a outro
e a outro, etc.

Sylvia Beirute
inédito

3 comentários:

  1. ... há muito o que percorrer... infinito é longe...

    ResponderEliminar
  2. "uma ausência de atmosfera", um afogo, um sufoco talvez, é preciso um caminho a espaço aberto.

    ResponderEliminar
  3. Poema a existir sem palavras,pois que não escrito, apenas sentido dentro.

    Caminho infinito que conduz para dentro, para dentro, para dentro, ao centro de si mesma.

    Bjs.

    ResponderEliminar