PASTÉIS DE BELÉM
{ao josé ferreira e à ana luísa amaral}
do que me não deseja
eu guardo os alheamentos e são os alheamentos que melhor infligem
intimidade.
mas comecemos por algo fácil. com um sopro
façamos uma nuvem de canela, e nos segundos que ela dura
introduzamos um poema com a indicação "rota de furacões".
depois, não escrevamos esse poema propositadamente
e deixemo-lo existir sem palavras e, por isso, náuseas.
talvez ocorra a mesma coisa que hoje sinto: uma ausência
de atmosfera
que caminha em direcção a um centro
que caminha em direcção a outro centro
que caminha em direcção a outro
e a outro
e a outro, etc.
Sylvia Beirute
inédito
... há muito o que percorrer... infinito é longe...
ResponderEliminar"uma ausência de atmosfera", um afogo, um sufoco talvez, é preciso um caminho a espaço aberto.
ResponderEliminarPoema a existir sem palavras,pois que não escrito, apenas sentido dentro.
ResponderEliminarCaminho infinito que conduz para dentro, para dentro, para dentro, ao centro de si mesma.
Bjs.