TRANSUBSTANCIAÇÃO
porque todo o tempo recupera ainda de outra eternidade,
todo o amor contrafeito se veda com quase tudo por dizer
e todas as instituições da estima
se invertem num certo sangue frio correndo em linha recta
e as omnipresenças em desejos inmútuos
invadem penínsulas de sede
e imensam lagos e solidões.
mas talvez haja erogenia na substituição do meu corpo
pelo teu, e será
essa a única forma de nos tocarmos.
Sylvia Beirute
inédito
É bom quando se sente o Belo vivo em cada palavra escrita...
ResponderEliminarGosto de muros altos na poesia. Foi essa a intenção?Ironia e distancia....soco no estomago...
ResponderEliminarDolorido, mas muito bem escrito. Bravos!
bjs
Neusa
gostei!
ResponderEliminarbom domingo!
Sylvia quando leio os teus poemas de início quase não os apreendo deixo-me levar pela melodia das palavras bem escritas como se fosse uma onda num mar onde se sente ainda os pés assentes. A onda sobe um pouco junto ao pescoço e passa de novo até ao nível dos ombros. Depois volto e encontro o verdadeiro significado das palavras, dos versos, e aprecio toda a densidade de um caminho singular que interroga e que apesar de muitas palavras complexas, descomplifica.
ResponderEliminarAbraço