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sábado, 16 de janeiro de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Transubstanciação

























TRANSUBSTANCIAÇÃO

porque todo o tempo recupera ainda de outra eternidade,
todo o amor contrafeito se veda com quase tudo por dizer
e todas as instituições da estima
se invertem num certo sangue frio correndo em linha recta
e as omnipresenças em desejos inmútuos
invadem penínsulas de sede
e imensam lagos e solidões.

mas talvez haja erogenia na substituição do meu corpo
pelo teu, e será
essa a única forma de nos tocarmos.

Sylvia Beirute
inédito

4 comentários:

  1. É bom quando se sente o Belo vivo em cada palavra escrita...

    ResponderEliminar
  2. Gosto de muros altos na poesia. Foi essa a intenção?Ironia e distancia....soco no estomago...
    Dolorido, mas muito bem escrito. Bravos!

    bjs
    Neusa

    ResponderEliminar
  3. Sylvia quando leio os teus poemas de início quase não os apreendo deixo-me levar pela melodia das palavras bem escritas como se fosse uma onda num mar onde se sente ainda os pés assentes. A onda sobe um pouco junto ao pescoço e passa de novo até ao nível dos ombros. Depois volto e encontro o verdadeiro significado das palavras, dos versos, e aprecio toda a densidade de um caminho singular que interroga e que apesar de muitas palavras complexas, descomplifica.

    Abraço

    ResponderEliminar