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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Autobiografia
























AUTOBIOGRAFIA

tanto derivo de uma pequena península de ar hegemónico como
de um rascunho do instinto, mas
apenas a minha superfície é inimputável.
sou anti-contraceptiva, e o que mais tenho são transferências
e fôlegos. isolo palavras e com cada uma resumo, por um lado, 
o mundo, por outro, o exaurir de suas fraquezas e antíteses, e 
finalmente todos os meus esforços, verbos rudimentares, 
movimentos em colapso e belezas sem rendição.
decimar-me no rosto de muitos e nos olhos
de alguns é um objectivo que me borboleta, mudar-lhes
o rosto e alterar-lhes a cor é uma perversão inevitável
nos dias de hoje. há pouco, eu vi o fim de tarde fechar-se 
como um prepúcio e sorri da comparação que me renova os olhos. 
quem sou talvez seja o resultado de uma propagação contínua,
de um modo de olhar como se dependesse das imagens
que vejo, de um interior que desaparafusa e desutiliza 
o eixo do tempo.
de perto, digo-te, os mapas revelam mais lugares,
e sei que a pseudo-posse do ar puro na frieza quente do frio
consagra muita esperança.

Sylvia Beirute
inédito

8 comentários:

  1. Bom ver-te de volta e sempre "inimputável"! Bom poder, todas as manhãs, outra me permitir testar matizes em meu rosto e alma através de seus poemas... Abraço!

    ResponderEliminar
  2. Que palavras sublimes!
    Que pérola é este poema!

    Um abraço,

    Samuel Pimenta.

    ResponderEliminar
  3. Olá, antes de mais nada, parabéns pelo blog!
    E por acha-lo de muito bom gosto é que o/a convido a vir conhecer a proposta do meu Blog para você.

    Aguado sua visita!

    Forte abraço!

    Karina

    ResponderEliminar
  4. olá Sylvia....és bonita nas palavras, nos pensamentos e nos pensamentos das palavras que provocas...

    ResponderEliminar
  5. poema vida.

    eu também tenho uma autobiogrfia. foi postado no on the rocks em maio de 2009. gostei muito do resultado.

    abs

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  6. TEMA

    de vez em quando
    escrevo uma
    viagem
    ao

    auto-biográfico
    momento nu
    a des-
    ven-

    dar as palavras!

    ResponderEliminar