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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Performance




















O uma casa em beirute é um blogue atípico. Faz pausas regulares. Desta feita estarei ausente uma semana. Aproveito para esclarecer que, a propósito dos livros que me têm oferecido, não usarei este espaço para qualquer apreciação crítica. Para isso, há blogues bem melhores como o Bibliotecário de Babel, o Da Literatura, eventualmente o Origem das Espécies, etc. 
Deixo uma performance. Algo escrito e inspirado pela poesia sonora.


PERFORMANCE

enquanto morte oscilante,
a vida oferece-te excepções e alegorias mentais.
está atento.
todas as excepções do mundo não constituem
um todo, um
todo secreto como o esquecimento lúcido, como os
processos de razão das emoções que nascem
e morrem ficando, emparedadas nos dedos
sobre as feridas.
podes desobedecer à tua respiração,
podes ter apenas um instinto nocturno,
exterior- febril- {ultravioleta} algures no
teu aglomerado de im-
possibilidades supremas e sem rosto, no
génio assísmico do corredor da memória
mais artesanal, mas
por vezes
os deuses agem por ti, agitam a tua
transparência e leite fecundo, o equilíbrio
na tua bússola que presume intervalos
que menstruam o tempo
na dança ardente das ranhuras móveis
do meu corpo sepultado na urgência
do teu.
a vida tem-te oferecido todas as excepções,
recessos, subjuntivos electrificantes, fôlegos e orifícios,
sem que tenhas encontrado,
do outro lado do espelho, todos os dias,
o pleno antídoto contra a tua arte.

Sylvia Beirute
inédito

6 comentários:

  1. Que modéstia, e que grande escritora. Estou pasmado. É tudo fantástico por aqui.

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  2. Olá Sylvia

    Gostei imenso deste poema. as mãos sobre o corpo, os dedos numa dança dentro das emoções. irrepreensível e mágico ambiente. muito, muito bom.

    Grande abraço

    ResponderEliminar
  3. a vida "enquanto morte oscilante"... gostei.

    ResponderEliminar
  4. Pungente, intenso, musical, alguma coisa de ancestral [atávico] e cosmológico, mas também de saudosista... :)

    ResponderEliminar