A GRAVIDADE DA EXISTÊNCIA SIMPLES
não trates o teu poema como uma criança. ele é autoconsciente.
sabe o que quer. conhece a gravidade da existência simples,
carrega-a por ti se necessário, ignora-te. ele poderá ter pontos
de injustificação, ele supõe coisas, poderá albergar um fugitivo
numa das intimações, alguém que chama imaginação a tudo o que
desaparece e renasce indelével como o balanço de um erro bom;
pois que o teu poema poderá saber mais do que tu, e além disso
essa pessoa que foge poderá encontrar uma outra, quem sabe uma
esquecida mas com a certeza que os poemas que rimam choram
sem lágrimas {porque não há lágrimas iguais, não há lágrimas que
caiam exactamente no mesmo lugar}. e esta última pessoa poderá
também encontrar uma outra, um poeta daqueles raros como o
ginsberg ou o ferlinghetti, ou então alguém como astor piazzolla ou
marikel lahana, pessoas que realizam vaidades, desconhecem a
quantidade do necessário, e procuram a última maneira de viajar
sem o risco do absurdo, celebrando o seu objecto sem aceitar
a verdade dos olhos.
Sylvia Beirute
inédito
Passeando por aqui, gostei muito do seu blog. Lindas e profundas suas poesias. Estou te seguindo.
ResponderEliminarabraços e parabéns!
Adir (http://queroquevoceleia.blogspot.com/)