ACORDO ORTOGRÁFICO DE LÍNGUA PORTUGUESA
em virtude do que tenho escrito na minha nota autobiográfica, questionam-me frequentemente acerca do novo acordo ortográfico de língua portuguesa, do qual sou a favor. explicito então a minha opinião.
creio que a grafia é uma questão de hábito e a nova requererá, para quem está a aprender a língua, uma intuição especial na maneira ler as vogais, sendo estas, no português europeu, mais ou menos abertas. a este respeito, os brasileiros têm a sorte de abrirem todas as vogais, razão pela qual para eles não existe as chamadas consoantes mudas que servem precisamente para "acentuarem" a vogal seguinte (ex: acção, espectador, etc).
daqui a algum tempo, tenho a certeza, já nos será estranho escrever essas mesmas palavras com a grafia que então será a antiga. ao mesmo tempo já não fará confusão lermos textos em português do brasil e não haverá quem exclame "isto é brasileiro!". esta aproximação, com a eliminação de algumas regras do português português (sobretudo isso), é de todo vantajosa, principalmente para autores portugueses que assim se inserirão com maior facilidade num mercado grande como é o brasileiro.
de qualquer das formas, esta nova reforma da língua portuguesa também terá o condão de eliminar algumas incoerências e aberrações que vigoram e de que ninguém se queixa. segundo o espírito da grafia portuguesa "antiga" (pré-acordo) por que razão "óptimo" leva o P se a palavra já é acentuada? e a palavra "inflação", para se ler o primeiro A como vogal aberta não teria de ter um C antes do Ç?
A riqueza e a beleza da língua está na diferença, não no arrastamento hipermercantilóide da coisa. A língua não é um bem de consumo, é muito mais bonita do que isso.
ResponderEliminarEste pato ortográfico é uma patetice.