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domingo, 26 de setembro de 2010

A REFLEXÃO SOBRE A POESIA

Rosa Oliveira encontrou algumas "dúvidas" na minha reflexão sobre a poesia nas escolas portuguesas. Vou tentar esclarecer. Em momento algum disse ou pensei que Fernando Pessoa ou outro qualquer dos grandes nomes da poesia portuguesa deveria deixar de ser estudado. O que disse foi que a complexidade da poesia do autor não lhe permitia ser uma base no campo da introdução à poesia enquanto género literário. O meu texto, com uma boa dose de utopia, apenas é uma espécie de lamento ou desabafo para a minha insatisfação pessoal quando converso com alguém sobre poesia. Noto, nesses momentos, que as pessoas não fazem a mínima ideia do que se faz actualmente, mantendo a visão da escola. Concluí dizendo que, se ao menos houvesse um cuidado para se fazer referência aos novos autores, mostrando-se a evolução cronológica completa do género, talvez este ganhasse os adeptos que merece. Não me parece que esta minha ideia faça "nivelar por baixo" o que quer que seja. Antes pelo contrário. Apenas coloca lado a lado duas realidades, ambas, a meu ver, com o seu desígnio específico.

1 comentário:

  1. Cara Sylvia
    é muitíssimo importante esta discussão. Grata por ter retomado a questão face ao meu comentário.
    Depois de escrever continuei, mentalmente, a divagar sobre o assunto...

    Vejamos (tentarei explicar-me):

    A questão que coloca sobre o ensino e aprendizagem da Poesia é, no fundo, uma questão transversal.
    A Sylvia sugere que se introduza a poesia com autores menos complexos (sigo os seus conceitos), pois, foi exactamente, isso que entendi e me surpreendeu vindo de si (considerando a sua escrita). Ora, dizer que Pessoa é complexo para introduzir a poesia é o mesmo que dizer que ela deve ser introduzida por este ou aquele «poeta menor», quero dizer: menos complexo. Neste sentido, quis perguntar a razão pela qual se não deve ensinar antes (cronologicamente, se quiser) o complexo? Há aqui uma teoria/visão do "como se aprende".

    Repare, esta é que é, na minha perspectiva, a questão transversal ao problema que coloca, a saber: o do ensino da poesia. Subjaz aqui a ideia de que os indivíduos aprendem e percepcionam a realidade, linearmente, do simples ao complexo. E, cumulativamente, por "a" mais "b", brota deles o complexo.Questiono esse conceito de aprendizagem seja para o ensino da poesia, da filosofia, da história......
    ou seja, quis problematizar o princípio que sustenta a sua opinião acerca do ensino da poesia. Nada mais do que isso. A Sylvia pareceu-me querer alterar "a matéria", eu gostaria de ser capaz de alterar a metodologia que está sendo já usada e acredito que posso dar a ler, por exemplo, Pessoa para introduzir a poesia [mero exemplo], porque o importante é o "como se faz" e "para que finalidade".

    Discordo quando define o seu texto como utópico. Passo a explicar: faço-lhe uma leitura, como direi!?... realista, factual, exactamente, porque o que diz é o que acontece já. Antes de chegar a Pessoa há um conjunto de autores a serem estudados e a questão, não creio que tenha a ver com os autores, propriamente ditos, mas com a organização curricular do sistema educativo em geral e do ensino da literatura e poesia [estou a entrar por terreno que não domino, desculpem-me os entendidos], em particular. Experimente abrir um manual escolar, por exemplo, do 5º ano do 2º Ciclo e procure a temática relativa à poesia.

    Creio que a questão é esta:

    Numa escola para todos só pode ensinar-se poesia para todos, então: é possível uma poesia para todos? Como?
    E neste "como" gostaria de não ter de "descer" a autores "menos" complexos, porque não acredito, de todo, que, necessariamente, isso contribua para fazer nascer o gosto pelos "mais" complexos.

    E, parece-me, bastante clara a diferença entre ensinar "História da Literatura" e "Literatura", tal como é diferente ensinar "História da Filosofia" e "Filosofia". Observo que uma não leva,necessariamente, à outra.

    Por fim (modo de expressão) eu só amei Caeiro depois de esquecer as aberrações que «aprendi» na escola. Mas isto sou eu, claro
    cada ser é um universo

    Boa noite, caríssima.

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