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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

RELIGIÃO - POEMA - SYLVIA BEIRUTE

























RELIGIÃO

anti-representação mas reivindico-me sobre mim 
mesma e os nossos nomes se cumprimentam, os 
movimentos são todos eles associados à dor, ou à 
vontade de escrever e falar. anti-representação mas 
fecho o poema com as nossas vozes dentro, ainda 
criando uma concepção ampla para a cidade silente 
e edifícios do corpo.
e no alto palco da solução: a nossa alegria que sai da 
angústia, a lucidez expelida das emoções próximas da 
cura para uma outra cura não requerida.
e no final saber: saber que todas as influências 
formam um bloco de personalidade que não a nossa, 
uma melodia do desconhecido como um desejo 
de não ter desejo, apenas o fumo de ter considerado 
um sorriso que tenta descobrir como fechar os olhos, 
articular qualquer inconsciência.

Sylvia Beirute
inédito

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