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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

GONÇALO M. TAVARES: UMA VIAGEM À ÍNDIA

UMA VIAGEM À ÍNDIA

Já pude dar uma vista de olhos pelo novo livro de Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia. Ainda não o li nem sei se o poderei fazer nos tempos mais próximos. De todo o modo, li algumas das estrofes e pareceu-me uma opção de estilo interessante, vertente em que o autor é mestre, pela introdução, em todos os seus livros, de alguma inovação. De facto, uma prosa (re)cortada pode, na leitura, gerar uma respiração diferente, com efeitos até no próprio entendimento da obra de ficção. Pessoalmente dou muita importância ao estilo, sobretudo às pausas. Tenho a certeza que esta opção do recurso às estrofes, seguindo Os Lusíadas de Camões, dará ao corpo do livro necessariamente isso. Mas se virmos bem, e para quem leu os Livros Pretos do autor (Um Homem: Klaus Klump; A Máquina de Joseph Walser; Jerusalém; Aprender a Rezar na Era da Técnica), estes romances aparecem como algo fragmentários no seu discurso e estrutura narrativa. Creio que este Uma Viagem à Índia também participará disso, com a particularidade que acima referi. Gonçalo M. Tavares procura, em meu entender, e ao contrário de outro tipo de romancistas, preencher os espaços, erguer elos de ligação entre realidades (quer estas sejam paralelas, transversais ou de simples sobreposição). É isso que torna a obra deste autor tão apetecível, tão surpreendente.
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2 comentários:

  1. Tem toda a razão sylvia. O GMT em várias entrevistas dadas realça o conceito de leitor. Para ele o leitor tem de tomar uma parte activa no processo de leitura, pensar e acrescentar alguma coisa que, como diz no post, não foi dita. É bom haver alguém que nos dias de hoje não dá as coisas de bandeja a quem lê, contrariando a literatura fast food que se vem proliferando.

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  2. Trata-se de poesia e da melhor, e de uma epopeia ao invés, curiosamente voltando ao contrário, nas estrofes iniciais, a postura da proposição tradicional. Naturalmente que poesia do género épico, em que Uma Viagem à Índia se insere em forma negativa, pela ausência de índias e heróis, é sempre narrativa, e do que já li não lhe falta nada do que, digamos assim, a poesia exige, nomeadamente revelar em dois versos o que a prosa teria de fazer numa página.

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