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terça-feira, 16 de novembro de 2010

CARL SANDBURG: POEMAS

























SOPA

Vi um homem famoso comer sopa.
Vi que levava à boca o gorduroso caldo
com uma colher.
Todos os dias o seu nome aparecia nos jornais
em grandes parangonas
e milhares de pessoas era dele que falavam.
Mas quando o vi,
estava sentado, com o queixo enfiado no prato,
e levava a sopa à boca
com uma colher.

Carl Sandburg
Tradução de Alexandre O'Neill


OPÇÕES

É muito o que te oferecem.
Eu, bem pouco.
A luz da lua que de noite brinca com a água das fontes
e espalha uma monotonia que embriaga
mulheres sorridentes, de ombros nus, conversas
e fogos cruzados de amores e adultérios,
o medo a morrer,
e a recordação dos pêsames:
tudo isso te oferecem.
Eu pelo contrário venho com
o pão e o sal
um emprego terrível
e a guerra incansável.
Então vem e desfruta
da fome
do perigo.

Carl Sandburg
Tradução de Pedro Calouste


GRADE

Agora mesmo a mansão à beira do lago já está
concluída e os trabalhadores
começam a grade.
São placas de ferro com pontas de aço, aptas a
roubar a vida a qualquer um que se
precipite na sua direcção.
Como grade, é uma obra-prima e não permitirá
a entrada de todos os esfomeados e mendigos
e de todas as crianças de rua que buscam
um lugar onde brincar.
Entre as barras e sobre as pontas de aço nada
se passará, excepto a Morte, a Chuva e o Dia de
Amanhã.

Carl Sandburg
Tradução de Pedro Calouste
.

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