Odeio a cruel tenacidade de alguns objectos:
a displicência marrom das pastas,
a auto-suficiência das gravatas vermelhas,
o feroz sindicalismo das colheres,
os jogos cínicos.
O que poderia competir com a certeza
das embarcações destroçadas
por ventos invisíveis?
Porque há objectos que amam erros,
as mãos disformes, os olhares
que ainda não venceram o instinto?
José Antonio Llera (Badajoz, Espanha, 1971)
em El Síndrome de Diógenes (Ed. Luces de Gálibo)
Tradução inédita de Pedro Calouste
.
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