A MINHA IDADE É ASSIM
voltar a ser o que voltámos a ser. instante mínimo.
penúltima estação. gravação
que irrompe de um lugar interno. silenciosos sem
precisar do silêncio no núcleo duro
precisar do silêncio no núcleo duro
de algumas palavras.
voltar a ser o que voltámos a ser. sem nunca o ser.
sem nunca o saber. sem um plano para existências fixas.
sem ossos divinos no precipício da alma que respira
pela raiz de sua hipocondria.
{e isto não dói. isto é bom.} e isto volta a ser o que
voltámos a ser:
voltámos a ser:
um amanhã que nos atravessa os pés, uma outra figura
fugitiva na menstruação das vírgulas.
fugitiva na menstruação das vírgulas.
e pouco mais. muito pouco mais.
a minha idade é uma leve saliva na ilusão da febre.
Sylvia Beirute
inédito
.
Sylvia,
ResponderEliminarpor instante fiquei colada ao écran, fruindo todas as imagens, levada para um outro espaço, onde a idade não conta para este magnifico poema.
Fico fã.
bj
Só não atino com o que quererá dizer "a menstruação das vírgulas". Se se der a essa maçada, explique-me por favor. Obrigada.
ResponderEliminarManuela Morais
Sim,você é poeta, cheia de verdades e beleza.
ResponderEliminarsolivan
Manuela. eu também não entendo( porque é que há
ResponderEliminarolhos que me desambiguam do corpo e ideias escuras que me iluminam as mãos. mas o belo é isso.
uma intimidade sem entendimento. na poesia da sylvia, só tens que fechar os olhos e deixar o silêncio das suas palavras entrar no teu mundo.
é arte é belo.