ABDÓMEN OU A PAZ FINAL
é o requinte da escrita sobre o voo do inseto.
na suspensão das breves pausas.
na saliva amena de uma linha
encontrada na hesitação da paz final.
e o homem detém-se no verde fresco
da ideia sem corpo.
o corpo ausente que instiga um braço oculto,
e, logo, uma mão invisível, autónoma de um medo
sem uns fios de ferro que o definam
e lhe exercitem o sangue.
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e o silêncio e o esquecimento se tocam.
a intenção tece um texto longo. a felicidade gira
como qualquer outra insignificância.
como qualquer outra insignificância.
e o poema nasce tão aleatório
quanto tudo isso. quem sabe apenas
a sombra de um abdómen
entre dois silêncios servindo-se
das nossas bocas, provando da mesma casca.
a sombra de um abdómen
entre dois silêncios servindo-se
das nossas bocas, provando da mesma casca.
Sylvia Beirute
inédito
.
Muito belo, Sylvia!
ResponderEliminarÍntegros, sem culpa esses poemas aleatórios que de quando em vez nos assaltam (e a cuja prática, não raro e sem razão, resistimos tanto). A felicidade girando, como o voo do inseto, o degustar da maçã... Muito belo!
ResponderEliminarBeijo!