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segunda-feira, 18 de abril de 2011

ABDÓMEN OU A PAZ FINAL- POEMA - SYLVIA BEIRUTE























ABDÓMEN OU A PAZ FINAL

é o requinte da escrita sobre o voo do inseto. 
na suspensão das breves pausas.
na saliva amena de uma linha
encontrada na hesitação da paz final.
e o homem detém-se no verde fresco
da ideia sem corpo.
o corpo ausente  que instiga um braço oculto, 
e, logo, uma mão invisível, autónoma de um medo 
sem uns fios de ferro que o definam
e lhe exercitem o sangue.
- - - - - -- - - - - - --- - - - --- - --- - -- - - - - - - - -
e o silêncio e o esquecimento se tocam.
a intenção tece um texto longo. a felicidade gira
como qualquer outra insignificância.
e o poema nasce tão aleatório
quanto tudo isso. quem sabe apenas
a sombra de um abdómen
entre dois silêncios servindo-se
das nossas bocas, provando da mesma casca.

Sylvia Beirute
inédito
.

2 comentários:

  1. Íntegros, sem culpa esses poemas aleatórios que de quando em vez nos assaltam (e a cuja prática, não raro e sem razão, resistimos tanto). A felicidade girando, como o voo do inseto, o degustar da maçã... Muito belo!
    Beijo!

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