NATASCHA KAMPUSCH
vento de novembro.
no bunker um ano espreita as raízes de todos os outros.
o tempo passa murmurando todo o passado
incrustado na montanha.
a cabeça começa a faltar ao corpo
e todos os membros encontram as suas ilhas
em direcção à obediência.
no bunker as sombras começam a inexistir,
declarando interesses que fogem;
a vida neva com palavras
que contradizem tudo a que pertenço, per-
guntas que arrasto como armários, silêncios
encontrando acomodação superior.
no bunker eu penso fugir e as cores quebram.
todas as portas e frinchas
descobrem o rosto do mesmo agressor.
vento de novembro.
Sylvia Beirute
inédito
.
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