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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

NATASCHA KAMPUSCH - POEMA - SYLVIA BEIRUTE

























NATASCHA KAMPUSCH

vento de novembro.
no bunker um ano espreita as raízes de todos os outros.
o tempo passa murmurando todo o passado
incrustado na montanha.
a cabeça começa a faltar ao corpo
e todos os membros encontram as suas ilhas
em direcção à obediência.

no bunker as sombras começam a inexistir,
declarando interesses que fogem;
a vida neva com palavras
que contradizem tudo a que pertenço, per-
guntas que arrasto como armários, silêncios
encontrando acomodação superior.

no bunker eu penso fugir e as cores quebram.
todas as portas e frinchas
descobrem o rosto do mesmo agressor.

vento de novembro.

Sylvia Beirute
inédito
.

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