A poesia fugiu do papel
Saltou aos olhos em câmeras e bits
Criou formas com sprays e mármores
A poesia trocou a métrica
Pela coreografia
E ganhou as teclas rompendo os jornais
A poesia agora só canta em teatro
É a maestrina titular
Que de olhos atentos
Rege outras formas.
A poesia que já reinventou o poema
Agora só reinventa a vida.
*
Tecnilofágico
não há hi-tech
que tecnifique
o suspiro do haikai
por isso não faço poemas
imprimo almas nos dedos
*
Hiperlink
Eu sou tudo aquilo que acesso
Em mil possibilidades é você que encontro
Palavra chave ou palavra força
E em toda a folha que se reafirma
Talvez haja um ser que nasça
Em todo espiral que se anuncia
Ou talvez seja ela
Fonte do mundo
Que inventa o ser
Que se vira no mundo
Ela:
Toda a palavra, em meio a tudo.
Eunice Boreal
Eunice Boreal nasceu em 1984. É poeta e exerce o ofício de artista multimídia. Estuda idiomas, cursa Música Erudita na EMAN, o Bacharelado de Filosofia, e publica regularmente no blog: http://eunasce.blogspot.com/
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