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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

MARIA QUINTANS - POEMA







































um peixe transformou-se em pó.

[o jogo era uma visão da verticalidade do aquário]

na mesa o peixe mordeu
a vela num anzol
desastradamente mole.

[acabam os cigarros e invado-me de fósforos]

é preciso ritmo para desmontar o princípio da impressão
dos símbolos, disse o peixe.

[hei-de dizer que compro sopa em episódios inúteis]

o fumo desliza pelo nariz
e desenho escamas no escuro.

o escuro favorece a pele, disse o peixe.

a sopa come-se em dois tragos.

[trago-te depois o guardanapo]

o peixe fugiu e provocou a
ira da linha.
a linha disparou dois tiros
num carapau surrealista.

o assassino anda a monte.

inédito
.

2 comentários: