daqui são dois pés
de substâncias amedrontadas
seguem-se de pequenos
não de sustentarem agudos das gaivotas
a chamar a sombra dos chapéus antigos
às mesmas paredes
mais o quê
não há mais água
a água lembra-se de toda a água que já foi
até voltar a ser-nos
(ouvi o mar ter conversas estranhas com a água dentro de mim
à janela redonda do décimo andar de um navio)
estou envolvida com outra coisa
se é um bicho sozinho no universo
no instante de uma cereja
a imaginar
para passar de me cair
(nem vazios que saibam coser)
caio-me mais do que me quero
onde só precisávamos de ver o chão
muito antes do tempo de dois pés
de substâncias amedrontadas
seguem-se de pequenos
não de sustentarem agudos das gaivotas
a chamar a sombra dos chapéus antigos
às mesmas paredes
mais o quê
não há mais água
a água lembra-se de toda a água que já foi
até voltar a ser-nos
(ouvi o mar ter conversas estranhas com a água dentro de mim
à janela redonda do décimo andar de um navio)
estou envolvida com outra coisa
se é um bicho sozinho no universo
no instante de uma cereja
a imaginar
para passar de me cair
(nem vazios que saibam coser)
caio-me mais do que me quero
onde só precisávamos de ver o chão
muito antes do tempo de dois pés
.
Belíssima poesia, escrita de uma maneira reflexiva, com frases muito bem casadas.
ResponderEliminarGrande abraço e sucesso!
muito antes do tempo de dois pés...
ResponderEliminarespetáculo de texto, com libertária rebeldia das palavras que não querem lógicas ou previsíveis.
abraço.
Muito obrigada pela publicação e comentários. Ainda muitos parabéns por este excelente espaço de poesia que sigo de perto. Abraço
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