e então trauteias uma canção e eu me afasto
lentamente na neve (é como no passado: o corpo
que se evapora na penumbra,
em qualquer lugar cada vez mais distante);
uma tábua de madeira partida está lá fora,
lá entre o que sobrou
de uma cabana abandonada (cantando, sussurrando,
e chorando há muito tempo - e ao que parece
isso para a felicidade é bastante) e mais ao longe
a floresta
como
nos meus sonhos
abre-se - e começas a cantar
(embora fosse já indesejável,
uma vez que tudo acabaria)
tu prossegues cantando
(amadurecemos como uma eternidade profunda
que resplandece já sem nós)
tu continuas
cada vez mais surdamente
a cantar
Guennádi Aïgui
Versão livre de Pedro Calouste
a partir do francês
Sem comentários:
Enviar um comentário