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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ENTARDECIMENTO - POEMA - SYLVIA BEIRUTE



















ENTARDECIMENTO

nada pior do que entardecer
na infância de qualquer pequeno nada.
não soube guardar a criança.
não soube iluminar o silêncio
com palavras anónimas.
é uma espécie de lado inverso
da felicidade (o lado mitológico das 
cidades, como diria al berto).
e eu fi-lo.
vivi intensamente e fabriquei coisas
com palavras que também elas
viviam intensamente.
e entardeci como o retrato que envelhece
com o rigor do tempo,
com o lado didáctico da questão séria. 
e a criança apareceu hoje, vi-a no sorriso
de uma outra, feliz, muito feliz.

Sylvia Beirute
inédito
.

1 comentário:

  1. [tacteia, às escuras pela casa, a criança que se procura em cada ruga de parede, na tinta lascada das portas que se haverão de abrir,

    já quase tarde, tarde, na tarde]

    um abraço, Sylvia

    LB

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