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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Um poema de Sylvia Beirute - Poema opaco sobre a mesa























POEMA OPACO SOBRE A MESA

que idade é? para ser evidente é só virar ao contrário. ou então absorver-se.
absorvo-me. reabsorvo-me. o belo é supletivo da liberdade.
o belo aprisionado. e o infinito é tão portátil quanto a imobilidade da casa.
mas do conteúdo da casa ninguém deverá falar. – o infinito é indirectamente portátil.
e ninguém sente. e ninguém pensa.
ERROS DE DESCARTES E DAMÁSIO. ninguém sabe: o sofrimento envelhece
com o rejuvenescimento tardio. {e a culpa. onde está a culpa?}
a culpa de ver dois amantes com as águas redondas. a culpa de
reconhecer por exclusão de som, por exclusão de conclusão e primeira metáfora.
{para regressar, o amor deve fornicar}, [alguém entra no poema com esta ideia,
válida a todas as luzes, e por isso fica, deve ficar.]
por fim, há exclusão de latitude, eu diria, porque há repetição e depois redundância.  
{a inocência é tão selvagem quanto o desejo}, a mesma voz inibe
os outros rios arrefecidos, de modo a que a minha discricionariedade
congele, e o poema conclua sozinho: a idade espera que o sangue jubile, passe a servir as árvores.

Sylvia Beirute
inédito

2 comentários:

  1. olá td bem? gostei do seu poema to te seguindo, da uma passada no meu blog blza? vlw

    ResponderEliminar
  2. Oi,

    Como tenho conhecido lusófonos através do meu blog!? Acho interessante isso: tenho ganhado amigos portugueses.

    Então Cara amiga Sylvia,

    Agradecendo sua ida ao meu blog e seus elogios, os retribuo em mesma sintonia. Seu blog é divino e mais que isso seus poemas e poesias são belos, intríssecas de esperança e ao mesmo tempo descontentamento, porque só através disso são feitos os poetas.

    Tens um seguidor e amigo.

    Beijo

    Rafa ; )

    ResponderEliminar